O setor de papel e celulose tem recebido do governo federal e de alguns governos estaduais afirmações de compromisso com o futuro do setor, de modo a criar condições adequadas para a expansão já prevista da produção de celulose e papel a partir dos investimentos anunciados para os próximos 10 anos, que totalizam US$ 14,4 bilhões.

Durante a solenidade de abertura do 37º Congresso e Exposição Anual de Celulose e Papel, promovido pela Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP), entre os dias 20 e 24 de outubro, em São Paulo, autoridades do governo federal, dos Ministérios de Ciência e Tecnologia, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e do BNDES manifestaram seu interesse em desobstruir os obstáculos que dificultam a concretização desses investimentos.

O governo de São Paulo foi bastante enfático ao afirmar seu compromisso com o desenvolvimento do setor. Em seu discurso na solenidade, o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Carlos de Souza Meirelles informou a uma expressiva platéia de empresários, executivos, técnicos e fornecedores o compromisso do governo paulista de apoiar decididamente todos os projetos que a indústria de celulose e papel planejar para São Paulo, inclusive as indispensáveis parcerias para criar condições de ampliação da base florestal com a participação de pequenos fazendeiros que serão incentivados a plantar parte de suas áreas com florestas de eucalipto e pinus para fins industriais.

A seguir, reproduzimos alguns dos pontos abordados pelo secretário no discurso que reafirmou o empenho do governador Geraldo Alckmin com o setor, “grande gerador de trabalho e renda”.

Pesquisa e desenvolvimento

“Gostaríamos de saber quais as expectativas do setor no sentido da pesquisa e desenvolvimento, não só científico, como tecnológico, para que nós coloquemos os 19 institutos e pesquisa que o Estado de São Paulo tem a serviço deste setor”.

Desenvolvimento rural

“Os senhores são responsáveis por um novo ciclo de desenvolvimento rural. E aí está o novo desafio. Nós temos imensas áreas que poderiam, em parceria com o setor de celulose e papel, desenvolver uma metodologia de plantio em pequenas e médias propriedades. Estamos dispostos a participar de um estudo para verificar que mecanismos de securitização e garantias para viabilizar o plantador desta matéria-prima fundamental”.

Exportação

“O Estado de São Paulo é responsável por 34% das exportações deste país e está fazendo um esforço enorme para aumentar sua contribuição. E para que isto seja viável, nós estamos trabalhando intensivamente na desobstrução de qualquer gargalo que possa impedir o fluxo das exportações. Isso vale dizer a ampliação da rede de ferrovias... especialmente aquelas que vão aos portos. Hoje trabalhamos com o governo federal na ampliação expressiva do porto de Santos. Estamos também ampliando o porto de São Sebastião. Temos a preocupação em que a infra-estrutura do estado seja capaz efetivamente de apoiar as exportações daqueles que, como os senhores, visam ao mercado externo”.

Recursos Humanos

“Queremos atuar na preparação intensiva da mão-de-obra que, vimos aqui, o setor já realiza em parcerias com a Unicamp, com a USP e com a Unesp, que são as nossas universidades. Queremos estar absolutamente sintonizados com as demandas do setor em termos de preparação de recursos humanos, desde aqueles que vão trabalhar nas florestas até aqueles que vão trabalhar nos laboratórios de pesquisa para produzir mais e melhores produtos”.

Fonte: Celulose Online – 28/10/2004

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