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Notícias

22
nov
2005
(GERAL)
A Hora e a Vez da Madeira
O crescimento das exportações da indústria madeireira, no acumulado do primeiro semestre deste ano, superiores em 38% quando comparado com 2003, tem sido uma razão a mais na intenção dos madeireiros em defender a criação de um ministério da floresta, a exemplo do que já existe em outros setores. Os dados da ABIMCI Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente apresentam volumes de US$ 2,41 bilhões, segundo maior item no agronegócio brasileiro, quase totalmente somado à balança comercial do país, visto que o setor pouco ou quase nada importa.

O crescimento das exportações nos últimos anos e os investimentos das empresas para conquistar o mercado externo, inclusive com a implantação do CE mark - certificação de qualidade da Comunidade Européia – reforçam a competitividade do segmento. Torna-se necessário a atuação de um ministério, voltado exclusivamente à produção madeireira, de forma planejada com manejo sustentado. Atualmente, o setor madeireiro se reporta ao Ministério do Meio Ambiente, cujo foco maior é a fiscalização, o controle e a preservação, sem uma política definida para o desenvolvimento. Apesar do poder executivo avaliá-lo como um ministério atuante em todas as frentes.

A proposta da indústria é antiga. Hoje, as empresas têm mais condições de ampliar o debate sobre o assunto por causa do empenho do segmento em aprimorar o processo produtivo e a capacidade de competição, melhorando a qualidade, aplicando treinamento em seus funcionários, controlando os processos industriais e adequando os equipamentos às normas e regras internas e externas.

A implantação do Programa Nacional de Qualidade da Madeira, por exemplo, envolvendo laboratórios ligados a universidades e unidades do Senai, com investimentos em testes de qualidade, é um dos aspectos fundamentais para quem quer crescer e consolidar posições internacionais.

Há pouco mais de um ano, o país não contava com engenheiros na área industrial da madeira. A primeira turma concluiu o curso na Universidade Federal do Paraná (UFPR), ressaltando que os profissionais que atuavam no ramo eram engenheiros florestais, que não tinham formação acadêmica na área industrial. Ao lado de mais de 2,7 milhões de colaboradores, distribuídos em 13,5 mil empresas, localizados em 60% dos municípios, a nova atividade completa uma cadeia integrada de ação voltada exclusivamente ao ciclo, que por vezes chega a décadas, de plantio, colheita e comercialização.

É chegada a hora e a vez da madeira. Países de menor porte fazem dela sua principal receita, sem prejuízo do meio ambiente. Por sua dimensão, o Brasil pode transformá-la numa fonte de riqueza, especialmente, quando caminhamos aceleradamente para uma política internacional de seqüestro de carbono, outra fonte futura de divisas. Uma situação única que poucos possuem e que aqui sobra.

Fonte: ABIMCI – 11/12/2004

Fonte:

Neuvoo Jooble