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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Projeto mostra a força da economia florestal do Acre.
O projeto de assentamento Pedro Peixoto, localizado a 90 quilômetros de Rio Branco, é o primeiro projeto de manejo comunitário de baixo impacto do Brasil que começa a mostrar resultados positivos no bolso dos trabalhadores. No caso da madeira, o processo de manejo garante um lucro de mais de 400% para os produtores locais, utilizando áreas de reserva legal que antes eram consideradas como um entrave a produção. Com a parceria entre o Governo do Estado e da Embrapa, o projeto está em fase de final para receber a certificação, o selo verde, conferido pelo FSC (Forest Stewardship Council).
Lucro
O governador Jorge Viana visitou o assentamento durante toda a manhã de ontem, acompanhado do superintendente do Incra, Raimundo Cardoso de Freitas e dois secretários de estado. No assentamento Pedro Peixoto, o projeto de manejo existe há seis anos e mostra números que podem servir de exemplo como modelo para todo o país. Na explicação do produtor Antônio Alexandre de Andrade Patto, há 10 anos no local e 7 tratando com o manejo, as estatísticas ficam mais fáceis. "O metro cúbico de madeira manejada custa 150 reais, enquanto no passado a gente vendia (sic) uma árvore inteira por 20 ou, no máximo, 30 reais", contabiliza Patto. "Hoje, com um jequitibá de 14 metros cúbicos líquidos (sic) eu comercializo por dois mil e cem reais".
Saber colher
A visita do governador Jorge Viana ao Pedro Peixoto, acompanhado do superintendente do Incra, abre novas possibilidades para o processo de reforma agrária, não só no estado, mas em todo o país. "Nós vamos transformar esse processo em políticas públicas, com a ajuda do Incra nos assentamentos ou fora deles, para mostrar que o que nós buscamos é melhorar nossa vida com a mata porque aqui não ter nem que pôr semente, aqui só temos que colher bem e colher com sabedoria", disse Viana. Um das medidas a serem adotadas pelo Governo com o manejo sendo implantado como uma política pública é aproximar de zero o ICMS para produtos com o selo de certificação (selo verde).
Produtores comemoram aumento na renda
O trabalhador Alfredo Firmino Rodrigues é um exemplo de como o processo de manejo comunitário florestal tem boa aceitação econômica. Há dois anos, resolveu "ouvir as conversas dos doutores" que vinham explicar o processo de manejo e "mostrar que dá pra ter dinheiro com a mata em pé". Até então, Rodrigues vivia exclusivamente da agricultura com "produção baixa", afirmou, sem saber quantificar.
O fato é que em apenas dois anos, Rodrigues inverteu a ordem de prioridades. O que era um "complemento da renda", agora já é parte principal de sua renda anual que, só com amadeira manejada, garante R$ 2 mil. Os produtores montaram uma associação, a Apruma (Associação dos Produtores Rurais em Manejo e Agricultura), e conseguiram construir uma pequena marcenaria onde terminam o beneficiamento da madeira iniciado ainda na mata.
O processo
A reserva foi dividida em 10 lotes de 4 hectares cada um. Com a demarcação da área passou-se ao inventário florestal para identificar as árvores de interesse comercial. Desta forma, a cada ano, são explorados 10 metros cúbicos de madeira por lote ao ano, o que permite um ciclo produtivo de 10 anos para que a área explorada se regenere. Para minimizar ainda mais os impactos ambientais, a tora sai da mata pré-beneficiada com arraste feito pôr carro de boi.
Modelo Amazônico
Para a maioria dos 20 produtores locais do assentamento que trabalham no projeto, orientados por técnicos da Embrapa, a renda vinda da comercialização da madeira do manejo ainda é um "complemento de renda". Mas a tendência é que outras experiências se multipliquem. Em todo o estado são cinco grandes projetos com a mesma preocupação. Antimary, São Luiz do Remanso, Porto Dias e o Pedro Peixoto. "Eu não tenho dúvidas que o que foi visto aqui pode ser um exemplo de Reforma Agrária para toda a região amazônica", disse o superintendente do Incra, Raimundo Cardoso de Freitas.
Os produtores fazem uma espécie de inventário de todas as árvores com possibilidade de uso comercial espalhadas nos 360 mil hectares da área de atuação do grupo. Esse trabalho de assessoria técnica é feito por um dedicado grupo da Secretaria de Floresta e da própria Embrapa há 7 anos. "Nós queremos que acontecesse o que está ocorrendo aqui: desenvolvimento com baixo impacto", disse o pesquisador da Embrapa e engenheiro florestal, Marcus Vinício Neves d´Oliveira.
Combate à extração clandestina de madeira
De acordo com uma pesquisa desenvolvida no Instituto de Pesquisa da Amazônia (Inpa), 7 em cada 10 toras extraídas da Amazônia são de origem clandestina. Isso significa que o poder público, em toda a Amazônia, deve fortalecer ainda mais políticas semelhantes às realizadas no Pedro Peixoto. Madeira extraída de forma clandestina é aquela em que o madeireiro entra com o trator na mata, paga preço baixo pelo produto ao dono da área e sai arrastando as toras em meio à floresta, derrubando árvores que nem são aproveitadas.
Números hoje
- 30 milhões de m3 de madeira em tora são produzidas no Brasil por ano
- 25% vêm de desmatamentos autorizados
- 7% são de projetos de manejo
- 68% de exploração ilegal
Aumenta o investimento em tecnologia
O Programa ProManejo investiu mais de R$ 70 mil na compra de novos equipamentos como serraria portátil, secador solar e uma marcenaria. A máquina que os produtores do Pedro Peixoto utilizam, assessorados por técnicos do Senai, é australiana e tem um custo avaliado em R$ 10 mil.
A serraria pesa cerca de 100 quilos e pode ser montada em poucos minutos. É fácil de manejar e precisa de apenas dois operadores e um boi de arraste para deslocamentos. Com esta máquina é possível beneficiar a madeira no local, transformando a tora em tábuas, pernas mancas, ripas ou pranchões. Antes da serraria, os produtores usavam apenas a motosserra, o que limitava o "desdobro" das toras e as oportunidades de comercialização.
Maiores compradores de madeira no mundo
Brasil ...........................................23%
Japão ..........................................19%
União Européia ...............................8%
China ...........................................5%
Taiwan .........................................4%
Fonte: Imazon e ITTO
Dois terços da madeira são desperdiçados. Isto significa que:
35% ...........................................são vendidas
22% ...........................................viram carvão
43% ...........................................viram lixo
Fonte: Imazon
Brasil produz 30 milhões de metros cúbicos de madeira por ano
25% .......................vêm de desmatamentos autorizados
7% .........................são oriundos de projetos de manejo florestal
68% ........................são de exploração ilegal
Fonte: Ibama
Fonte da matéria: A Tribuna
Lucro
O governador Jorge Viana visitou o assentamento durante toda a manhã de ontem, acompanhado do superintendente do Incra, Raimundo Cardoso de Freitas e dois secretários de estado. No assentamento Pedro Peixoto, o projeto de manejo existe há seis anos e mostra números que podem servir de exemplo como modelo para todo o país. Na explicação do produtor Antônio Alexandre de Andrade Patto, há 10 anos no local e 7 tratando com o manejo, as estatísticas ficam mais fáceis. "O metro cúbico de madeira manejada custa 150 reais, enquanto no passado a gente vendia (sic) uma árvore inteira por 20 ou, no máximo, 30 reais", contabiliza Patto. "Hoje, com um jequitibá de 14 metros cúbicos líquidos (sic) eu comercializo por dois mil e cem reais".
Saber colher
A visita do governador Jorge Viana ao Pedro Peixoto, acompanhado do superintendente do Incra, abre novas possibilidades para o processo de reforma agrária, não só no estado, mas em todo o país. "Nós vamos transformar esse processo em políticas públicas, com a ajuda do Incra nos assentamentos ou fora deles, para mostrar que o que nós buscamos é melhorar nossa vida com a mata porque aqui não ter nem que pôr semente, aqui só temos que colher bem e colher com sabedoria", disse Viana. Um das medidas a serem adotadas pelo Governo com o manejo sendo implantado como uma política pública é aproximar de zero o ICMS para produtos com o selo de certificação (selo verde).
Produtores comemoram aumento na renda
O trabalhador Alfredo Firmino Rodrigues é um exemplo de como o processo de manejo comunitário florestal tem boa aceitação econômica. Há dois anos, resolveu "ouvir as conversas dos doutores" que vinham explicar o processo de manejo e "mostrar que dá pra ter dinheiro com a mata em pé". Até então, Rodrigues vivia exclusivamente da agricultura com "produção baixa", afirmou, sem saber quantificar.
O fato é que em apenas dois anos, Rodrigues inverteu a ordem de prioridades. O que era um "complemento da renda", agora já é parte principal de sua renda anual que, só com amadeira manejada, garante R$ 2 mil. Os produtores montaram uma associação, a Apruma (Associação dos Produtores Rurais em Manejo e Agricultura), e conseguiram construir uma pequena marcenaria onde terminam o beneficiamento da madeira iniciado ainda na mata.
O processo
A reserva foi dividida em 10 lotes de 4 hectares cada um. Com a demarcação da área passou-se ao inventário florestal para identificar as árvores de interesse comercial. Desta forma, a cada ano, são explorados 10 metros cúbicos de madeira por lote ao ano, o que permite um ciclo produtivo de 10 anos para que a área explorada se regenere. Para minimizar ainda mais os impactos ambientais, a tora sai da mata pré-beneficiada com arraste feito pôr carro de boi.
Modelo Amazônico
Para a maioria dos 20 produtores locais do assentamento que trabalham no projeto, orientados por técnicos da Embrapa, a renda vinda da comercialização da madeira do manejo ainda é um "complemento de renda". Mas a tendência é que outras experiências se multipliquem. Em todo o estado são cinco grandes projetos com a mesma preocupação. Antimary, São Luiz do Remanso, Porto Dias e o Pedro Peixoto. "Eu não tenho dúvidas que o que foi visto aqui pode ser um exemplo de Reforma Agrária para toda a região amazônica", disse o superintendente do Incra, Raimundo Cardoso de Freitas.
Os produtores fazem uma espécie de inventário de todas as árvores com possibilidade de uso comercial espalhadas nos 360 mil hectares da área de atuação do grupo. Esse trabalho de assessoria técnica é feito por um dedicado grupo da Secretaria de Floresta e da própria Embrapa há 7 anos. "Nós queremos que acontecesse o que está ocorrendo aqui: desenvolvimento com baixo impacto", disse o pesquisador da Embrapa e engenheiro florestal, Marcus Vinício Neves d´Oliveira.
Combate à extração clandestina de madeira
De acordo com uma pesquisa desenvolvida no Instituto de Pesquisa da Amazônia (Inpa), 7 em cada 10 toras extraídas da Amazônia são de origem clandestina. Isso significa que o poder público, em toda a Amazônia, deve fortalecer ainda mais políticas semelhantes às realizadas no Pedro Peixoto. Madeira extraída de forma clandestina é aquela em que o madeireiro entra com o trator na mata, paga preço baixo pelo produto ao dono da área e sai arrastando as toras em meio à floresta, derrubando árvores que nem são aproveitadas.
Números hoje
- 30 milhões de m3 de madeira em tora são produzidas no Brasil por ano
- 25% vêm de desmatamentos autorizados
- 7% são de projetos de manejo
- 68% de exploração ilegal
Aumenta o investimento em tecnologia
O Programa ProManejo investiu mais de R$ 70 mil na compra de novos equipamentos como serraria portátil, secador solar e uma marcenaria. A máquina que os produtores do Pedro Peixoto utilizam, assessorados por técnicos do Senai, é australiana e tem um custo avaliado em R$ 10 mil.
A serraria pesa cerca de 100 quilos e pode ser montada em poucos minutos. É fácil de manejar e precisa de apenas dois operadores e um boi de arraste para deslocamentos. Com esta máquina é possível beneficiar a madeira no local, transformando a tora em tábuas, pernas mancas, ripas ou pranchões. Antes da serraria, os produtores usavam apenas a motosserra, o que limitava o "desdobro" das toras e as oportunidades de comercialização.
Maiores compradores de madeira no mundo
Brasil ...........................................23%
Japão ..........................................19%
União Européia ...............................8%
China ...........................................5%
Taiwan .........................................4%
Fonte: Imazon e ITTO
Dois terços da madeira são desperdiçados. Isto significa que:
35% ...........................................são vendidas
22% ...........................................viram carvão
43% ...........................................viram lixo
Fonte: Imazon
Brasil produz 30 milhões de metros cúbicos de madeira por ano
25% .......................vêm de desmatamentos autorizados
7% .........................são oriundos de projetos de manejo florestal
68% ........................são de exploração ilegal
Fonte: Ibama
Fonte da matéria: A Tribuna
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