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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Empresas florestais pedem secretaria própria
As indústrias de base florestal começam a fazer pressão para que o governo crie uma secretaria específica para o segmento, a exemplo da Secretaria de Pesca, estruturada este ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O objetivo é sair da tutela do Ministério do Meio Ambiente (MMA), ao qual estão ligadas. A alegação dos empresários é que o MMA trabalha prioritariamente na fiscalização e controle, com pouco foco na produção. Como o próprio governo já admitiu que criou pastas demais, o lobby esconde o interesse em uma migração para o Ministério da Agricultura ou ainda, para o Desenvolvimento. A segunda hipótese, aliás, é a mais desejada pelo segmento.
Na gestão passada, a Secretaria do Desenvolvimento da Produção, ligada ao Ministério do Desenvolvimento, criou o selo oficial do governo para certificação de madeiras de florestas plantadas e nativas. "Vamos pleitear o ideal para conseguir o possível", disse o presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal e da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), Odelir Battistella.
As diretrizes deste movimento serão lançadas , em Brasília, durante o I Fórum Nacional da Indústria da Madeira Sólida. Esse segmento - que engloba produtos como laminados e chapas de madeira e itens de maior valor agregado, como móveis e molduras para construção civil - é uma das pontas da cadeia produtiva do setor de base florestal. As outras são papel e celulose, lenha e carvão vegetal.
O setor também vai discutir diretrizes para uma proposta setorial para o Plano Plurianual 2004-2007 do governo federal. "Há anos estamos ausentes das discussões estratégicas e, com isso, fora do foco das políticas públicas", disse Battistella. Entre as demandas do setor estão financiamentos para expansão das áreas com madeira plantada, apoio a pequena e média empresa e investimentos para divulgar a marca "Madeira do Brasil".
Para defender o setor, as entidades usarão argumentos econômicos. Segundo a Abimci, o setor florestal tem um PIB de US$ 20 bilhões, dos quais US$ 8 bilhões referem-se à indústria de madeira sólida. A cadeia arrecada US$ 4,6 bilhões em impostos e gera 6,5 milhões de empregos. Em 2002 o setor florestal exportou US$ 4,4 bilhões, sendo que os produtos de madeira sólida chegaram a US$ 2,3 bilhões. "No 1 trimestre, papel, celulose e madeira ganharam destaque entre as exportações do agronegócio, somando US$ 1,3 bilhão, à frente dos cereais, bovinos, suínos e aves", disse Battistella.
Ex-diretor do extinto Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) e professor da Universidade do Paraná, Joésio Pierin Siqueira defendeu recentemente a tese "Os Conflitos Institucionais da Gestão Florestal no Brasil", em que compara a situação nacional com a de nove países. Ele disse que a transferência da gestão do setor para outro ministério é a " única saída para desenvolver a atividade".
Ele disse que legislação brasileira é uma das mais avançadas do mundo na área florestal, mas o modelo de gestão não atende nem aos conceitos de conservação (uso adequado dos recursos) nem de preservação. Segundo Siqueira, em vários países, como Finlândia, Canadá e Chile, há um reconhecimento de que a conservação está ligada à resposta econômica da exploração. "No Brasil o setor fica aquém do potencial existente, quando poderia corresponder melhor tanto em termos econômicos quanto ambientais", disse.
Gisele Teixeira
Fonte: Gazeta
Na gestão passada, a Secretaria do Desenvolvimento da Produção, ligada ao Ministério do Desenvolvimento, criou o selo oficial do governo para certificação de madeiras de florestas plantadas e nativas. "Vamos pleitear o ideal para conseguir o possível", disse o presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal e da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), Odelir Battistella.
As diretrizes deste movimento serão lançadas , em Brasília, durante o I Fórum Nacional da Indústria da Madeira Sólida. Esse segmento - que engloba produtos como laminados e chapas de madeira e itens de maior valor agregado, como móveis e molduras para construção civil - é uma das pontas da cadeia produtiva do setor de base florestal. As outras são papel e celulose, lenha e carvão vegetal.
O setor também vai discutir diretrizes para uma proposta setorial para o Plano Plurianual 2004-2007 do governo federal. "Há anos estamos ausentes das discussões estratégicas e, com isso, fora do foco das políticas públicas", disse Battistella. Entre as demandas do setor estão financiamentos para expansão das áreas com madeira plantada, apoio a pequena e média empresa e investimentos para divulgar a marca "Madeira do Brasil".
Para defender o setor, as entidades usarão argumentos econômicos. Segundo a Abimci, o setor florestal tem um PIB de US$ 20 bilhões, dos quais US$ 8 bilhões referem-se à indústria de madeira sólida. A cadeia arrecada US$ 4,6 bilhões em impostos e gera 6,5 milhões de empregos. Em 2002 o setor florestal exportou US$ 4,4 bilhões, sendo que os produtos de madeira sólida chegaram a US$ 2,3 bilhões. "No 1 trimestre, papel, celulose e madeira ganharam destaque entre as exportações do agronegócio, somando US$ 1,3 bilhão, à frente dos cereais, bovinos, suínos e aves", disse Battistella.
Ex-diretor do extinto Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) e professor da Universidade do Paraná, Joésio Pierin Siqueira defendeu recentemente a tese "Os Conflitos Institucionais da Gestão Florestal no Brasil", em que compara a situação nacional com a de nove países. Ele disse que a transferência da gestão do setor para outro ministério é a " única saída para desenvolver a atividade".
Ele disse que legislação brasileira é uma das mais avançadas do mundo na área florestal, mas o modelo de gestão não atende nem aos conceitos de conservação (uso adequado dos recursos) nem de preservação. Segundo Siqueira, em vários países, como Finlândia, Canadá e Chile, há um reconhecimento de que a conservação está ligada à resposta econômica da exploração. "No Brasil o setor fica aquém do potencial existente, quando poderia corresponder melhor tanto em termos econômicos quanto ambientais", disse.
Gisele Teixeira
Fonte: Gazeta
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