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22
nov
2005
(GERAL)
Árabes são novo alvo dos fabricantes catarinenses
Santa Catarina está se preparando para integrar uma missão de moveleiros para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Sete indústrias locais aportarão pela primeira vez na localidade, entre os dias 22 e 26 deste mês. O objetivo é acertar as primeiras remessas de produtos ainda este ano. O mercado dos Emirados Árabes, praticamente um desconhecido para grande parte do Estado, começa a ser cobiçado pelo setor, uma vez que importa US$ 1,2 bilhão de móveis por ano, principalmente da Europa.

Valdir Bazzi, sócio da Imovel e presidente da Associação dos Moveleiros do Oeste de Santa Catarina (Amoesc), explica que o setor encontrou nas exportações uma alternativa para alavancar suas vendas, em um momento que o mercado interno mantém-se desfavorável ao consumo. Além da missão em Dubai, as empresas locais esperam participar em 2005 de uma feira nos Estados Unidos.

"Ainda é cedo para estimar quanto será vendido para os Emirados Árabes, mas poderemos concorrer com os móveis europeus, especialmente na qualidade da madeira e no design criativo", diz Bazzi.

Em São Bento do Sul, uma feira de móveis, a Móvel Brasil, começa hoje e vai até dia 9 de setembro. Espera-se que na feira estejam presentes 200 importadores de diversos países. O oeste catarinense e a região de São Bento do Sul são os dois principais pólos moveleiros do Estado. De acordo com a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), o setor moveleiro já é o segundo maior em volume de exportações, ficando atrás somente do segmento de frangos. De janeiro a julho deste ano, foram exportados US$ 207,4 milhões em móveis, 31,97% a mais do que os US$ 157,2 milhões exportados no mesmo período do ano anterior.

Empresas que praticamente não exportavam desde a crise da Argentina, voltaram a ver o mercado externo como boa alternativa. A Enele, de São Lourenço do Oeste, retomou as exportações em 2003. Em vez de Mercosul, agora exporta para México e Estados Unidos. Hoje apenas 2,5% da produção vai para o Exterior, mas há meta para que em dois anos essa fatia aumente para 10%. O dono da empresa, Nivaldo Lazaron Júnior, vai para Dubai e espera realizar vendas para o Oriente no curto prazo. "As empresas querem crescer. O mercado nacional está concorrido e limitado. O exterior é uma alternativa", diz.

O executivo explica que se tornou freqüente a presença de empresários estrangeiros na cidade visitando as indústrias de móveis. "Praticamente, um por mês. O que era muito raro no passado", diz.

A indústria de médio porte viu oportunidade nos Estados Unidos especialmente para designs diferenciados. Lazaron Júnior diz que as vendas hoje se concentram no que os americanos chamam de loft - uma espécie de quarto integrado, em que há uma cama com gaveteiro embutido e uma escrivaninha acoplada - bem coloridos. "São produtos feitos com cores vivas, os quais os americanos não estavam acostumados", comenta.

Só neste ano, de acordo com a Amoesc, 10 missões de empresários estrangeiros aportaram na região oeste de Santa Catarina. Em agosto foi realizada a Mercomóvel - uma feira regional do setor -- onde pela primeira vez houve a participação de 15 importadores, especialmente da América do Sul. "Os primeiros negócios com o Chile já foram realizados", diz Bazzi.

A Imovel, localizada no município de Coronel Freitas, realizou as primeiras vendas ao exterior somente em janeiro deste ano. A média hoje é de cinco contêineres por mês enviados ao mercado externo - cerca de US$ 70 mil em faturamento -, mas há perspectiva de chegar a 8 contêineres/mês nos próximos seis meses. Por enquanto, como quase todas as indústrias da região, ela não atua com marca própria e muitas vezes faz uma produção cujo design já vem detalhado.

Fonte: Global 21 – 06/09/2004

Fonte:

Jooble Neuvoo

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