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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Mata ciliar pode virar nova moeda em mercado de crédito de carbono
A Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo pretende usar as matas ciliares do Estado para entrar no mercado de créditos de carbono, sistema previsto no Protocolo de Kyoto. Paraná e Bahia também possuem planos similares. Em São Paulo, a intenção é inserir os créditos de carbono em um projeto de US$ 7,7 milhões, dinheiro doado pelo GEF - Fundo Mundial do Meio Ambiente para o governo estadual recuperar a cobertura verde no entorno de corpos d'água, como rios e lagos.
A secretaria quer usar o carbono como compensador econômico, para incentivar a expansão e o reflorestamento das matas nativas. "A recuperação da mata ciliar pede investimentos altos por longo período", diz Helena Carrascosa, coordenadora do projeto. Se aprovado, o programa será aberto a empresas, produtores rurais, prefeituras, ONGs e a quem mais possa se beneficiar.
A comercialização de créditos de carbono é parte do MDL - Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, que fornece a países pobres meios de inclusão no protocolo, que prevê a redução de emissões de gases por países ricos. O Brasil poderia, em princípio, negociar cotas de carbono que sobram, seja porque a emissão foi reduzida, seja pela absorção do gás em sistemas florestais.
Para o dinheiro começar a circular, é preciso que o acordo de Kyoto entre em vigor - algo que só acontecerá após sua ratificação (confirmação como lei) pela Rússia. Kyoto exige a ratificação por 55 países, que respondam por 55% das emissões de gases-estufa do mundo industrializado. "A maioria acha que o protocolo pode não entrar em vigor, mas existem outros acordos", defende o secretário do Meio Ambiente de São Paulo, José Goldemberg.
Entre eles, estaria um pacto ambiental paralelo entre União Européia e Japão. Para Thelma Krug, do Instituto Interamericano de Pesquisas sobre Mudanças Globais, o problema é que tais acordos seriam bilaterais, em vez de multilaterais. "Podemos montar outros regimes, mas eles não representarão um debate dos países que assinaram o protocolo", diz. "Projetos de captação de carbono em matas ciliares têm pouco apelo", diz Antonio Lombardi, gerente de negócios da Ecológica Assessoria, em São Paulo. Ele explica que os países ricos só podem comprar 1% dos seus créditos de carbono de sistemas florestais.
Desvantagens - Além disso, florestamento e reflorestamento da mata ciliar possuem duas desvantagens em relação a florestas comerciais: custo alto e retorno em longo prazo.
Mesmo assim, outros Estados começam a olhar as matas como um filão. No Paraná, a Secretaria de Meio Ambiente quer usar o carbono para fomentar a recuperação no entorno de corpos d'água. "Esperamos que o projeto seja aprovado pelo Executivo até o fim do ano", afirma o coordenador de biodiversidade e florestas da secretaria, Ricardo Ramirez. Na Bahia, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos pretende explorar o MDL nas matas ciliares da bacia de Pedra do Cavalo, que abastece a capital. O projeto está em elaboração.
Fonte: Ambiente Brasil – 31/08/2004
A secretaria quer usar o carbono como compensador econômico, para incentivar a expansão e o reflorestamento das matas nativas. "A recuperação da mata ciliar pede investimentos altos por longo período", diz Helena Carrascosa, coordenadora do projeto. Se aprovado, o programa será aberto a empresas, produtores rurais, prefeituras, ONGs e a quem mais possa se beneficiar.
A comercialização de créditos de carbono é parte do MDL - Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, que fornece a países pobres meios de inclusão no protocolo, que prevê a redução de emissões de gases por países ricos. O Brasil poderia, em princípio, negociar cotas de carbono que sobram, seja porque a emissão foi reduzida, seja pela absorção do gás em sistemas florestais.
Para o dinheiro começar a circular, é preciso que o acordo de Kyoto entre em vigor - algo que só acontecerá após sua ratificação (confirmação como lei) pela Rússia. Kyoto exige a ratificação por 55 países, que respondam por 55% das emissões de gases-estufa do mundo industrializado. "A maioria acha que o protocolo pode não entrar em vigor, mas existem outros acordos", defende o secretário do Meio Ambiente de São Paulo, José Goldemberg.
Entre eles, estaria um pacto ambiental paralelo entre União Européia e Japão. Para Thelma Krug, do Instituto Interamericano de Pesquisas sobre Mudanças Globais, o problema é que tais acordos seriam bilaterais, em vez de multilaterais. "Podemos montar outros regimes, mas eles não representarão um debate dos países que assinaram o protocolo", diz. "Projetos de captação de carbono em matas ciliares têm pouco apelo", diz Antonio Lombardi, gerente de negócios da Ecológica Assessoria, em São Paulo. Ele explica que os países ricos só podem comprar 1% dos seus créditos de carbono de sistemas florestais.
Desvantagens - Além disso, florestamento e reflorestamento da mata ciliar possuem duas desvantagens em relação a florestas comerciais: custo alto e retorno em longo prazo.
Mesmo assim, outros Estados começam a olhar as matas como um filão. No Paraná, a Secretaria de Meio Ambiente quer usar o carbono para fomentar a recuperação no entorno de corpos d'água. "Esperamos que o projeto seja aprovado pelo Executivo até o fim do ano", afirma o coordenador de biodiversidade e florestas da secretaria, Ricardo Ramirez. Na Bahia, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos pretende explorar o MDL nas matas ciliares da bacia de Pedra do Cavalo, que abastece a capital. O projeto está em elaboração.
Fonte: Ambiente Brasil – 31/08/2004
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