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Madeiras brasileiras e exóticas

Salseiro

Nome científico
Salix humboldtiana

Descrição da árvore

Forma: árvore caducifólia, com 3 a 15m de altura e 20 a 50cm de DAP, podendo alcançar até 30m de altura e 140cm de DAP, na idade adulta.
Tronco: irregular e curto. Fuste com 2m a 5m de comprimento.
Ramificação: racemosa. Copa ampla, com até 12m de diâmetro, com ramos finos, pendentes e folhagem verde-clara característica.
Casca: com espessura de até 25 mm. A casca externa é pardo-acinzentada, fibrosa, com fissuras longitudinais e sulcada. A casca interna é amarelada, com textura muito fibrosa.

Característica da Madeira
Massa específica aparente: a madeira do salseiro é leve (0,40 a 0,50 g/cm3), a 15% de umidade (Arboles..., 1978).
Cor: alburno branco-rosado e cerne castanho-rosado, com tonalidade clara; após algum tempo de beneficiada, a madeira tende a escurecer.
Características gerais: superfície com brilho pouco evidente; textura fina e homogênea; grã direita. Cheiro e gosto imperceptíveis.
Durabilidade natural: madeira pouco durável quando usada em obras expostas, sendo muito suscetível ao ataque de cupins.
Trabalhabilidade: fácil, com aparência suave.
Outras características: a descrição anatômica da madeira desta espécie pode ser encontrada em Tortorelli (1940), e em Arboles (1978).

Espécies Afins
Salix Linnaeus é um gênero com cerca de 300 espécies e muitos híbridos, especialmente em regiões temperadas do Hemisfério Norte (FAO, 1980; Newsholme, 1992). Poucas dessas espécies  três a doze  ocorrem naturalmente nos neotrópicos (sul do México, América Central e do Sul), mas várias foram introduzidas. Uma forma da espécie  com arquitetura colunar, muito estreita e ramos quase eretos  é oriunda do México e cultivada em parques, jardins e usada também como cerca viva (Little Junior & Dixon, 1983). Contudo, segundo Parodi (1934), Salix humboldtiana var. fastigiata Andre é provavelmente originária da Venezuela, Equador e Peru, caracterizada por seu tronco ereto, mais alto que o tipo comum, com os ramos situados, aproximadamente, no eixo principal, com forma semelhante a Populus nigra L. var. italica. Mais duas espécies de Salix introduzidas são encontradas no Brasil: o chorão-comum, Salix babylonica L., originário da Ásia, é tradicionalmente plantado em todo o Brasil e tem ramos mais pendentes que Salix humboldtiana. Em paisagismo é empregado como planta ornamental, e o vime (Salix x rubens), utilizável para cestaria, móveis e amarrilhos na agricultura, presente nas zonas rurais de clima frio, na Região Sul (Carpanezzi et al., 1998). Este vime (Salix x rubens) é um híbrido de duas espécies européias o Salix alba e Salix fragilis, tendo sido introduzido no Sul do Brasil há mais de meio século e se dispersou no Estado de São Paulo, no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul (Tagliari, 1998). Oliveira (1998) considera que no Brasil, além de Salix humboldtiana ocorre S. martiana. Esta espécie seria encontrada no Amazonas (Hueck, 1972; Martius, 1993; Oliveira, 1998) e no Pará (Rohwer & Rubitzhi, 1984), e difere de S. humboldtiana, por ser hermafrodita.

Produtos e Utilizações
Madeira serrada e roliça: a madeira do salseiro é usada principalmente, em construção rural, como caibros, caixotaria para frutas (não transmite cheiro aos produtos embalados), obras internas, carpintaria, marcenaria, cerca; postes, tornearia e mourões.
Energia: lenha de baixo poder calorífico (lenha mole). Os ramos finos são comercializados para lenha em vários locais na Argentina. Poder calorífico entre 3.500 a 3.900 kcal/kg.
Celulose e papel: na Argentina, esta espécie é utilizada na elaboração de pasta mecânica, semiquímica e celulose (Golfari, 1975).

Ocorrência Natural
Latitude: a 45º S (Província de Chubut, Argentina). No Brasil, de 19º S (Mato Grosso do Sul) a 32º33´ S (Rio Grande do Sul), marcada pela descontinuidade.
Variação altitudinal: de 15m em Santa Catarina a 1.100m de altitude, em Minas Gerais, no Brasil. Alcança 2.900m na Bolívia (Killean et al., 1993) ou até 3.500m (Flinta, 1960).

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