Madeiras brasileiras e exóticas
Paineira
Nome científico
Chorisia speciosa
Descrição da árvore
Forma: árvore caducifólia, com 10 a 15m de altura e 30 a 60cm de DAP, podendo atingir 30m de altura e 120cm ou mais de DAP, na idade adulta. Tronco: cilíndrico, reto, grosso, às vezes um tanto barrigudo e em forma de garrafa, armado de fortes acúleos dispersos ao longo do tronco, e com base reforçada. Fuste com até 16m de comprimento na floresta e com até 8m de comprimento em locais abertos. Nas árvores velhas, ocorrem ocos, onde se abrigam animais na base do tronco.
Ramificação: dicotômica, racemosa e irregular. Copa paucifoliada, ampla, arredondada e bastante frondosa.
Casca: com espessura de até 10 mm. A casca externa é verde nas árvores jovens e cinza-claro, com estrias verdes nas árvores adultas, lisa ou finamente fissurada, com descamação inconspícua. A casca interna é de cor marfim, com estrias longas, rosadas.
Características da Madeira
Massa específica aparente: a madeira da paineira é leve (0,22 a 0,34 g/cm³), a 15% de umidade (Celulosa Argentina, 1973).
Cor: alburno pouco diferenciado do cerne. Cerne branco-amarelado, suavemente rosado, com manchas irregulares provocadas pela resina.
Características gerais: textura grossa; grã direita.
Durabilidade natural: madeira com fraca resistência, apresentando rápido apodrecimento.
Outras características
• A madeira da paineira é similar à balsa (Ochroma lagopus).
• A madeira fica uniformemente branca, quando passa pelo processo de cozimento a vapor (doze a 24 horas), sendo a resina dissolvida.
• Caracteres anatômicos da madeira desta espécie podem ser encontrados em Moglia & Gimenez (1998).
Espécies Afins
Além de C. speciosa, mais quatro espécies do gênero Chorisia H. B. K., ocorrem no Brasil: C. crispiflora Humboldt, Bonpland et Kunth, tem flores rosadas e pétalas bem estreitas, sendo mais freqüente no Rio de Janeiro; ocorre também na Bahia, Rondônia, Santa Catarina e no Rio Grande do Sul; C. glaziovii (O. Ktze) E. Santos, conhecida por paineira-branca ou barriguda, ocorre no Nordeste brasileiro e no Espírito Santo; C. pubiflora (A. St. Hil.) E. Dawson, conhecida por barriguda-do-pantanal, com ocorrência no Pantanal Mato-Grossense e no Distrito Federal, e C. ventricosa Martius ocorre no domínio da Caatinga em Minas Gerais, sendo conhecida por barriguda-de-espinho, tem empregos especiais, de caráter artesanal, no vale do São Francisco (Brandão & Gavilanes, 1994).
Produtos e Utilizações
Madeira serrada e roliça: a madeira da paineira é pouco utilizada, sendo usada em aeromodelismo, material isolante, flutuadores, enchimento de portas, embalagens leves (folheados ou madeira compensada), caixas, forro de móveis, cochos, gamelas, tamancos, canoas, divisórias e outros usos que não requeiram resistência (Maixner & Ferreira, 1978).
Energia: lenha de péssima qualidade.
Celulose e papel: produz pasta para cartão e papel. Comprimento das fibras de 1,15mm e lignina com cinza de 24,93% (Wasjutin, 1958).
Ocorrência Natural
Latitude: 7º S (Paraíba) a 30º S (Rio Grande do Sul).
Variação latitudinal: de 30m no Espírito Santo a 1.200m de altitude, no Distrito Federal; podendo ser cultivada até 2.000m.