Madeiras brasileiras e exóticas
Erva-mate
Nome científico
llex paraquariensis
Descrição da árvore
Forma: a erva-mate varia de arvoreta a árvore perenifólia. Sua altura é variável; quando cultivada, oscila de 3 a 5m mas na floresta, pode atingir até 30m de altura e 100cm de DAP, na idade adulta.
Tronco: cilíndrico, reto ou pouco tortuoso. Fuste geralmente curto, mas na mata, atinge até 11m de comprimento.
Ramificação: racemosa, quase horizontal. Copa baixa, densifoliada, com folhagem verde-escura muito característica.
Casca: com espessura de até 20 mm. A casca externa é cinza-clara a acastanhada, persistente, áspera a rugosa, com lenticelas abundantes formando, às vezes linhas ongitudinais e munida de cicatrizes transversais. A casca interna apresenta textura arenosa e cor branca-amarelada que, após incisão, escurece rapidamente em contato com o ar (Ivanchechen, 1988).
Características da Madeira
Massa específica aparente: a madeira da erva-mate é moderadamente densa (0,60 g/cm³), a 15% de umidade.
Massa específica básica: 0,50 g/cm³.
Cor: alburno branco, com estrias características; cerne bege, com marcas alveolares.
Características gerais: superfície lisa ao tato e com lustro; textura fina; grã direita ou irregular. Gosto e cheiro indistintos.
Outras características: a descrição anatômica da madeira desta espécie pode ser encontrada em Araújo & Mattos Filho (1974).
Espécies Afins
Ilex Linnaeus, é um gênero pantropical com cerca de 400 espécies, algumas em zonas temperadas; cerca de 250 espécies encontram-se na América do Sul, das quais 68 espécies ocorrem no Brasil. Existem mais duas variedades botânicas, além da variedade típica de I. paraguariensis: I. paraguariensis var. vestita, conhecida popularmente por erva-mate-peluda, com ocorrência em Minas Gerais, Paraná e São Paulo e, I. paraguariensis var. sincorensis, com ocorrência na na Bahia, Serra de Sincorá, a 1.500m de altitude (Andrews, 1985), e no Pico das Almas, na Chapada Diamantina (Stannard, 1995).
Há ainda pequenas variações na erva-mate, principalmente quanto ao tamanho e consistência do limbo das folhas, bem como quanto à cor do pecíolo e nervura principal, sem controle genético confirmado e sem diferenciação botânica estabelecida. Assim, os ervateiros distinguem geralmente quatro tipos de erva-mate:
• Erva-mate com folhas pequenas, coriáceas e com talo branco.
• Erva-mate com folhas pequenas, coriáceas e com talo roxo.
• Erva-mate com folhas grandes, membranáceas e com talo branco.
• Erva-mate com folhas grandes, membranáceas e com talo roxo (Edwin & Reitz, 1967).
Produtos e Utilizações
Madeira serrada e roliça: a madeira da erva-mate tem uso secundário, já que as folhas é o principal produto. Porém, ela produz lâmina de excelente qualidade.
Energia: lenha de péssima qualidade.
Celulose e papel: espécie inadequada para este uso.
Ocorrência Natural
Latitude: 19º15' S (no Alto Rio Doce, MG) a 31º46' S (Pelotas, RS). Para Oliveira & Rotta (1985), o limite Sul dar-se-ia a 20º23' S (Ouro Preto, MG) e para Salomão et al. (1992) a espécie ocorre no Brasil, de 15º16' S (Serra Dourada, GO) a 30º51' S (Rio Grande do Sul) e de 29º22' a 51º09'de longitude Oeste. Segundo Prat Kricun (1983), Ilex paraguariensis ocorre em uma ampla região compreendida entre 12º e 35ºS e 40º e 65º Oeste, dentro da qual se pode definir uma zona menor, delimitada pelos paralelos 18º e 30º e os meridianos de 47º e 58º, onde a presença da erva-mate é mais freqüente.