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Madeiras brasileiras e exóticas

Bicuíba

Nome científico:
Virola bicuhyba

Descrição da árvore
Forma: árvore semicadicifólia no inverno, com 5 a 20 m de altura e 40 a 70 cm de DAP, podendo atingir até 35 m de altura e 105 cm de DAP, na idade adulta.
Tronco: reto e cilíndrico, com sapopemas basais. Fuste retilíneo, geralmente medindo de 10 a 20 m de comprimento.
Ramificação: cimosa ascendente ou quase horizontal. Copa alongada ou larga, paucifoliada.
Casca: com espessura de até 20 mm. A casca externa é marrom-escura a avermelhada, levemente fissurada no sentido vertical. A casca interna é avermelhada.

Características da Madeira
Massa específica aparente: a madeira da bicuíba é moderadamente densa (0,48 a 0,77 g.cm³), entre 12% a 15% de umidade (Boiteux, 1947; Nock et al., 1975).
Cor: alburno diferenciado do cerne. Cerne bege-claro a bege-rosado.
Características gerais: superfície lisa ao tato e de brilho pouco acentuado; textura média; grã direita. A madeira, quando verde, apresenta cheiro desagradável.
Durabilidade natural: madeira deteriorável, com o cerne e alburno facilmente atacados por fungos e insetos, favorecendo o apodrecimento; a madeira é resistente na água, onde não apodrece facilmente.
Outras características:quando verde a madeira da bicuíba é suscetível ao ataque de insetos e fungos manchadores, sendo aconselhada a retirada das toras logo após o abate. Uma vez desdobrada em peças finas, não empena e dificilmente se curva. No comércio, é passada por mogno (Swietenia macrophylla), embora seja inferior a este. A descrição anatômica da madeira dessa espécie pode ser encontrada em Mello (1950) e em Richter et al, (1975).

Espécies Afins
O gênero Virola Aublet é representado por 38 espécies, com ocorrência desde a guatemala até o Sul do Brasil, a maioria na Amazônia (Smith & Wodehause, 1938). Dessas 38 espécies, 35 ocorrem no Brasil (Rodrigues, 1980). As espécies citadas a seguir são muito parecidas com Virola bicuhyba. Virola gardneri ( A. DC.) Warb. ocorre de Pernambuco ao Estado do Rio de Janeiro.
Virola officinalis Warburg ocorre somente no sul da Bahia. Virola surinamensis (Rol) Warburg é conhecida como ucuúba, uma espécie amplamente distribuída, com ocorrência na Amazônia, chegando até o Ceará, ocorrendo ainda, na América Central e nas Guianas. Rizzini (1971) considera esta espécie bastante parecida com V. oleifera.
Segundo o autor, árvores relativamente jovens de V. surinamensis apresentam ramos inferiores pendentes, ao passo que V. oleifera os tem horizontais.
O gênero Bicuíba foi criado em 1991, por W.J.J.O. de Wilde, para acomodar a espécie em questão (Rodrigues, 1998).
Ainda segundo Rodrigues (1998), esse gênero é um táxon bastante discutível e que precisa ser melhor estudado, razão pela qual ele prefere não aceita-lo por enquanto.

Produtos e Utilizações
Madeira serrada e roliça: a madeira de bicuíba é especialmente indicada para a fabricação de contraplacados, miolos de portas e acabamento interno, como molduras guarnições, rodapés, forros e sarrafos. Serve bem para todas as construções interiores, como partes de mobílias que não sejam decorativas, gavetas, molduras, tabuado, caixilhos, etc.
É madeira boa de laminar para compensados, por causa de sua estrutura fina, homogênea e quase sem defeitos. A madeira é deteriorável e nãi pode ser utilizada em construções externas.
Por ser de baixa resistência ao choque, não se recomenda o uso da madeira de bicuíba para cabos de ferramentas, embalagens, artigos de esporte e em construção naval (Mainieri & Chimelo, 1989).
A baixa durabilidade restringe seu emprego em aplicações internas; mesmo assim, é conveniente um tratamento preservante para evitar ataque de organismos xilófagos, por ser altamente suscetível aos mesmos.
Energia: produz lenha de boa qualidade.
Celulose e papel: espécie adequada para este uso, apresentando índice Runkel de 0,44 (muito bom para papel). Comprimento das fibras de 0,901 mm.

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