Madeiras brasileiras e exóticas
Araruva
Nome científico:
Centrolobium tomentosum
Descrição da árvore
Forma: árvore caducifólia, apresentando queda total das folhas no inverno, com 5 a 15m de altura e 20 a 50cm de DAP, podendo atingir até 35m de altura e 100cm de DAP, na idade adulta.
Tronco: cilíndrico, reto, com sapopema basal. Fuste com até 12m de altura.
Ramificação: dicotômica. Copa ampla, larga e densifoliada.
Casca: com espessura de até 15 mm. A casca externa é cinzenta-clara ou parda-acinzentada e quase lisa ou com fissuras longitudinais leves, amplas manchas branco-níveo e extensas áreas cobertas por líquens crustáceos. A casca interna é amarelada.
Características da Madeira
Massa específica aparente: a madeira de araruva é moderadamente densa (0,67 a 0,80 g/cm³), a 15% de umidade (Pereira & Mainieri, 1957; Paula & Alves, 1997).
Massa específica básica: 0,55 a 0,58 g/cm³ (Silva et al., 1983; Crespo et al., 1995).
Cor: cerne com vários tons de amarelo ou rosa, freqüentemente com veios ou manchas vermelho-escuras e reflexos alaranjados.
Características gerais: superfície lustrosa e moderadamente lisa; textura média, desigual; grã direita ou irregular. Cheiro característico.
Durabilidade: madeira durável, sendo considerada imune ou muito resistente ao cupim (Almeida, 1946). Estacas de cerne desta espécie mostraram-se ser altamente resistente a fungo e resistente ao cupim (Cavalcante et al., 1982). Estacas soterradas por 20 anos, indicam que a vida média da madeira desta espécie é inferior a quinze anos (Rocha et al., 2000).
Secagem: a madeira racha com facilidade.
Trabalhabilidade: a madeira, quando trabalhada, tem um cheiro característico.
Espécies Afins
Centrolobium robustum (Vellozo) Bentham ex Martius e C. microchaete (Martius ex Bentham) Lima são as espécies mais próximas da araruva.
Produtos e Utilizações
Madeira serrada e roliça: a madeira de araruva pode ser usada em construção civil e naval, obras externas, hidráulicas, tacos, carpintaria, marcenaria de luxo, móveis finos, torneados, lambris, postes, mourões, esteios, vigamentos para pontes, cercas, hélice de pequenos aviões, cabos de ferramentas e enxada (quando nova). Para o dormente, dá-se a durabilidade de onze anos (Bastos, 1952). Espécie recomendada para tanoaria; no interior do Paraná, a aguardente conhecida com o nome de araribá é acondicionada em barris feitos dessa madeira (Bastos, 1952).
Energia: produz lenha e carvão de boa qualidade. Poder calorífico da madeira de 4.339 kcal/kg e poder calorífico da casca de 4.511 kcal/kg (Silva et al., 1983).
Celulose e papel: espécie inadequada para este uso.
Ocorrência Natural
Latitude: 14º S (Bahia) a 24º40' S (Paraná).
Variação latitudinal: de 30m regiões costeiras da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro a 1150m de altitude, no Distrito Federal.