Madeiras brasileiras e exóticas
Sapuvinha
Taxonomia e Nomenclatura
Divisão: AngiospermaeClado: Eurosídeas
Ordem: Fabales – Em Cronquist (1981), éclassificada em Rosales
Família: Fabaceae – Em Cronquist (1981), é classificada em LeguminosaeSubfamília: Faboideae (Papilionoideae)
Gênero: Lonchocarpus
Binômio específico: Lonchocarpus campestrisMart. ex Benth.
Primeira publicação: in Journ. Proc. Linn.Soc. 4, Suppl.: 95 (1860).Sinonímia botânica: Lonchocarpus leucanthusBurk.
Nomes vulgares por Unidades da Federação: na Bahia, grínfio; no Ceará, angelim-bravo; em Minas Gerais, embira-de-sapo; no Paraná, angelim-bravo, farinha-seca, rabo-de-bugio e rabo-de-macaco; no Rio Grande do Sul, farinha-seca, pau-canzil, rabo-de-macaco e rabo-de-mico; em Santa Catarina, maracanã, maracanã-da-grande; pau-de-canzil, rabo-de-macaco e rabo-de-mico; no Estado de São Paulo, embira-de-sapo erabo-de-macaco.
Etimologia: o nome genérico Lonchocarpus refere-se à forma peculiar do fruto, geralmente representando a ponta de uma lança (lonchos =lança, carpo = fruto); o epíteto específico campestris refere-se ao fato de a espécie ser encontrada no campo
Clima
Precipitação pluvial média anual: de770 mm, no Estado do Rio de Janeiro, a2.300 mm, no Rio Grande do Sul.
Regime de precipitações: as chuvas são uniformes na região Sul, e periódicas, no restante da área de ocorrência.
Solos
Essa espécie não é muito exigente quanto ao tipo de solo, ocorrendo em solos pedregosos, arenosos, areno argilosos, em locais secos ou úmidos.
Tecnologia de Sementes
Colheita e beneficiamento: os frutos de L.campestris devem ser colhidos, diretamente, da árvore, quando maduros (pardacentos) e secos ao sol, para facilitar a abertura manual e a retirada das sementes, que devem secar à sombra, por mais 2 ou 3 dias.
Produção de Mudas
Semeadura: a semeadura pode ser feita diretamente em recipientes, sacos de polietileno ou em tubetes de propileno (tamanho médio), ou em canteiros, para posterior repicagem.
Germinação: é epígea e as plântulas são fanerocotiledonares. A emergência tem início de10 a 15 dias do início da semeadura, com uma porcentagem de 70% a 90%. Aos 6 meses, as mudas atingem porte adequado para plantio, no campo.
Características Silviculturais
Lonchocarpus campestris é uma espécie heliófila, que tolera baixas temperaturas.
Hábito: a sapuvinha apresenta forma tortuosa, sem dominância apical definida, com ramificação pesada e bifurcações. Sua derrama natural é fraca, devendo sofrer podas frequentes (de condução e dos galhos).Sistemas de plantio: recomenda-se o plantio misto.
Crescimento e Produção
Existem poucos dados sobre o crescimento da sapuvinha em plantios. Contudo, seu crescimento é lento.
Características da Madeira
Massa específica aparente (densidadeaparente): a madeira dessa espécie é moderadamente densa (0,89 g cm -3)
Cor: o alburno e o cerne são pouco diferenciado se apresentam coloração castanho-clara.
Características gerais: a madeira dessa espécie apresenta textura fina a média; e grã revessa.
Outras características: quando exposta, amadeira da sapuvinha é pouco resistente e pouco durável.
Produtos e Utilizações
Apícola: Lonchocarpus campestris é muito melífera, com produção de néctar e de pólen.
Celulose e papel: essa espécie é inadequada para esse uso.
Energia: a madeira dessa espécie é usada como lenha.
Madeira serrada e roliça: a madeira da sapuvinha é empregada em construção civil, na confecção de cabo de ferramentas e de peças torneadas, em caixotaria e em dormentes.
Paisagístico: Lonchocarpus campestris é uma espécie de muita beleza, cujas flores são perfumadas e muito vistosas. Essa espécie poderia ser aproveitada para fins ornamentais.
Plantios com finalidade ambiental: Lonchocarpus campestris é muito promissora em plantios em solos rasos e rochosos, e em restauração de ambientes fluviais ou ripários(Mata Ciliar), suportando encharcamento e inundação
Espécies Afins
O gênero Lonchocarpus Kunth tem cerca de150 espécies. A principal área de distribuição ocorre no Continente Americano, mais precisamente na América do Sul e Central. Essa espécie ocorre desde o Uruguai e nordeste da Argentina até o sul do México, e na costa oeste africana (L. sericeus). O Brasil está representado por 32 espécies de Lonchocarpus. A maior frequência ocorre na Amazônia, com 17 espécies de distribuição praticamente restrita a essa região. As espécies nordestinas constituem um complexo representado por 5 taxas, além de mais 4 que se estendem pela região Norte. A região Sudeste é bem representada, com cerca de 15 espécies, algumas das quais são restritas a essa região. Na região Sul, ocorrem cerca de 4 espécies. Nenhuma espécie de Lonchocarpus foi citada exclusivamente para a região Centro-Oeste do Brasil, onde apenas 3 espécies são mencionadas