Madeiras brasileiras e exóticas

Taxonomia e Nomenclatura
Divisão: AngiospermaeClado: Eurosídeas I
Ordem: Fabales – Em Cronquist (1981), é classificada em Rosales
Família: Fabaceae – Em Cronquist (1981), é classificada em LeguminosaeSubfamília: Mimosoideae
Gênero: Piptadenia
Binômio específico: Piptadenia viridiflora(Kunth) Benth.
Primeira publicação: Journ. Bot. (Hooker)4(31): 337. 1841.
Sinonímia botânica: Acacia viridiflora Kunth(1821); Piptadenia biuncifera Benth. (1841);Pityrocarpa viridiflora (Kunth) Brenan (1955).
Nomes vulgares por Unidades da Federação: na Bahia, icarapé, soroca, sucurujue surucucu; no Ceará, surucucu; em Mato Grosso do Sul, espinheiro; em Minas Gerais, espinheiro; na Paraíba, amorosa e gicuri; em Pernambuco, jiquiri, jucurutu e juquiá; no Piauí, espinheiro-preto e jacurutu; e no Rio Grande do Norte,jiquiri.
Etimologia: o nome genérico Piptadenia vem do grego piptein (cair) e aden (abundantemente),em referência à caducidade das folhas; o epíteto específico viridiflora é porque a flor dessa espécie é verde.Essa planta recebeu o nome da cobra surucucu(Lachesis muta), por causa da picada dolorosa de seus

Clima
Precipitação pluvial média anual: de 600 mm, em Pernambuco, a 1.500 mm, na Paraíba.
Regimes de precipitações: as chuvas são periódicas.

Solos
Piptadenia viridiflora ocorre, preferencialmente, em terrenos de várzeas aluviais de fertilidade alta, mas com elevado teor de areia .

Tecnologia de Sementes
Colheita e beneficiamento: os frutos (vagens)devem ser colhidos, diretamente das plantas, quando iniciarem a abertura espontânea. Em seguida, devem ser expostos ao sol, para completar sua abertura e liberar as sementes.

Produção de Mudas
Semeadura: pode ser feita em sementeiras, com posterior repicagem para recipientes, sacos de polietileno ou tubetes de polipropileno (tamanho grande). Recomenda-se repicagem 15 a 30 dias, após a semeadura.
Germinação: é epígea e as plântulas são fanerocotiledonares. A emergência tem início entre 10 e 25 dias, após a semeadura. Em sementes submetidas a superação de dormência, o poder germinativo varia de 74% a88%; e sementes sem superação de dormência, o poder germinativo varia de 4% a 12%.As mudas atingem porte adequado para plantio entre 4 e 5 meses, época em que estão prontas para plantio no local definitivo.

Características Silviculturais
Piptadenia viridiflora é uma espécie heliófila, que não tolera baixas temperaturas.
Hábito: o surucucu necessita de poda (de condução e dos galhos) e apresenta brotação vigorosa da touça.
Sistemas de plantio: o surucucu cresce bem em plantios puros e densos a pleno sol, e sua semente pode ser semeada, diretamente, no local definitivo.

Crescimento e Produção
Existem poucas informações sobre o crescimento do surucucu, em plantios. Contudo, seu crescimento inicial é rápido, alcançando facilmente 2 m de altura aos 2 anos de idade.

Características da Madeira
Massa específica aparente (densidade aparente): a madeira do surucucu é densa –0,84 g cm-3 a 0,937 g cm-3.
Cor: o alburno e o cerne não são diferenciados, apresentando coloração castanho-clara.
Características gerais: a madeira dessa espécie tem textura média e grã revessa. Além disso, apresenta média resistência mecânica e boa durabilidade natural.

Produtos e Utilizações
Alimentação animal: Piptadenia viridiflora produz forragem palatável. Seus ramos finos –juntos com as folhas – servem de alimento para bovinos, caprinos e ovinos Na região de Xingó (entre Alagoas, Bahia e Sergipe), essa espécie foi citada por13 produtores rurais (entre 32 entrevistados),como apreciada por caprinos que consumiam, voluntariamente, plântulas, folhas novas e folhas maduras .
Apícola: no Ceará e no Maranhão, o surucucu é uma espécie com potencial apícola, produzindo muito néctar, matéria-prima que garante mel de coloração castanho-clara, suave e de excelente qualidade. Segundo Maia (2004), a floração dessa espécie dura, aproximadamente, 1 mês. Em Picos, PI, o mel produzido contém 77,2% de pólen de Pityrocarpa moniliformis .
Celulose e papel: a madeira de surucucu é inadequada para esse uso.
Energia: Piptadenia viridiflora produz lenha de boa qualidade, que é usada, também, para carvão .
Madeira serrada e roliça: pelas pequenas dimensões disponíveis, a madeira dessa espécie é empregada apenas em pequenas obras de construção civil, em marcenaria leve e na fabricação de cabos de ferramentas.
Plantios com finalidade ambiental: o surucucu é recomendado para recuperação de áreas muito degradadas e em melhoramento do solo.
Substâncias tanantes: a casca de P. viridiflora contém tanino.

Espécies Afins
Piptadenia Bentham tem cerca de 25 espécies com distribuição neotropical. Essa espécie é encontrada em Floresta Ombrófila Densa Atlântica, em Florestas Estacionais Tropicais e Sub tropicais, e em Savana Estépica.