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Madeiras brasileiras e exóticas

Putumuju-Pequeno

Putumuju-Pequeno

Taxonomia e Nomenclatura
Divisão: AngiospermaeClado: Eurosídeas I
Ordem: Fabales – Em Cronquist (1981), éclassificada em Rosales
Família: Fabaceae – Em Cronquist (1981), é classificada em LeguminosaeSubfamília: Faboideae (Papilionoideae)
Gênero: Centrolobium
Binômio específico: Centrolobiumsclerophyllum H. C. de Lima
Primeira publicação: Arquivos do JardimBotânico do Rio de Janeiro, v. 27, p. 177-191,1983/1985.
Nomes vulgares por Unidades da Federação: na Bahia, araribá, ararubá, banha-de-galinha,pau-de-sangue e putumuju-pequeno; no Espírito Santo, araribá-rosa e lei-nova; no Estado do Rio de Janeiro, araribá.
Etimologia: o nome genérico Centrolobiumvem do grego kentron (esporão), e lobium(vagens); esses termos são alusivos ao fato de o lóbulo grande do fruto ser dotado de uma“espora”, isto é, ter sua superfície revestida de espinhos agudos, à maneira de uma espora ; o epíteto específico sclerophyllum deve-se ao desenvolvimento excessivo de esclerênquima em folhas, que resulta numa folhagem engrossada e coriácea, resistente à perda de água.

Clima
Precipitação pluvial média anual: de1.000 mm, no norte de Minas Gerais e no Estado do Rio de Janeiro, a 1.600 mm, em Sergipe.
Regime de precipitações: as chuvas são periódicas.

Solos
Centrolobium sclerophyllum ocorre em terrenos de fertilidade média, em solos rasos e em locais secos.

Tecnologia de Sementes
Colheita e beneficiamento: a colheita e o beneficiamento dos frutos de putumuju-pequeno devem ser feitos quando a sâmara mudar de cor, passando do verde para marrom-escuro; essa colheita pode ser feita diretamente na árvore, com o auxílio de equipamentos, ou catando-se os frutos no chão. As asas das sâmaras devem ser retiradas manualmente e, com o auxílio de uma tesoura, devem-se eliminar os espinhos do núcleo seminífero.

Produção de Mudas
Semeadura: a semeadura dessa espécie pode ser feita com os frutos sem a asa, ou por sementes, após serem extraídas dos frutos. Os recipientes recomendados são: saco de polietileno com dimensões mínimas de 20 cm de altura por 7 cm de diâmetro; ou em tubetes de polipropileno (tamanho grande). Quando necessária, a repicagem deve ser feita de 1 a2 semanas após a germinação.
Germinação: é epígea e as plântulas são fanerocotiledonares, com hipocótilo alongado. A emergência inicia de 7 a 60 dias após a semeadura, dependendo da forma adotada(fruto ou semente). A germinação das sementes é regular, até 52%

Características Silviculturais
Centrolobium sclerophyllum é uma espécie heliófila, que necessita de exposição à luz, para realizar os eventos do ciclo reprodutivo. Contudo, tolera sombreamento na fase juvenil, mas não tolera baixas temperaturas.
Hábito: a maioria das plantas dessa espécie apresenta hábito de crescimento monopodial tronco reto, poucas ramificações e fuste bem definido. Tem derrama natural satisfatória, necessitando apenas de poda dos galhos, nas árvores bifurcadas. O modelo arquitetônico de C.sclerophyllum é similar ao de C. tomentosum, ou seja, o eixo compõe uma sucessão simpodial de nódulos.
Sistemas de plantio: geralmente, por tratar-se de espécie tropical, sugere-se evitar plantios homogêneos dessa espécie, como forma de diminuir a incidência de pragas e doenças. Recomenda-se plantio misto, a pleno sol, consorciado com outras espécies, ou em vegetação matricial arbórea, em faixas abertas em vegetação secundária e plantio em linhas. O putumuju-pequeno brota da touça, podendo ser manejado pelo sistema de talhadia.

Características da Madeira
Massa específica aparente (densidade aparente): a madeira do putumuju-pequeno é moderadamente densa – 0,80 g cm-3
Cor: apresenta veios escuros
.Características gerais: a madeira dessa espécie apresenta textura média e grã direita.
Outras características: essa madeira também apresenta alta resistência ao ataque de insetos.

Produtos e Utilizações
Apícola: produz néctar e pólen, matérias-primas que garantem mel de excelente qualidade.
Artesanato: na economia informal da Chapada Diamantina Meridional, na Bahia, C.sclerophyllum é usada tanto na fabricação de artefatos de trabalho para agricultura, como para fins domésticos.
Celulose e papel: a madeira dessa espécie é inadequada para esse uso.
Energia: essa madeira produz lenha e carvão de boa qualidade.
Madeira serrada e roliça: a madeira de C.sclerophyllum é usada em construção civil e considerada como de primeira qualidade, apesar de ser pouco conhecida; essa madeira é indicada, também, para marcenaria de luxo, na confecção de móveis finos.
Paisagístico: essa espécie tem potencial paisagístico, sendo recomendada para arborização.
Plantios com finalidade ambiental:Centrolobium sclerophyllum é uma espécie de enorme potencial na restauração funcional e estrutural de ambientes fluviais e ripários(Mata Ciliar), em locais com ou sem inundação temporária, e na recuperação de áreas degradadas.

Espécies Afins
Existem quatro espécies de Centrolobium Martiusextra-amazônicas):• Centrolobium microchaete.• Centrolobium robustum.• Centrolobium sclerophyllum.• Centrolobium tomentos um.Centrolobium sclerophyllum distingue-se das demais espécies desse gênero pelas flores com cálice suburceolado. É também a única espécie que apresenta os folíolos bulados e rígido coriáceos. Apesar de encontradas em populações alopátricas, essas diferenças são muito tênues eas coleções atualmente disponíveis ainda não permitem uma análise criteriosa do padrão de variação, para que se possam distinguir táxons infraespecíficos

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