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Madeiras brasileiras e exóticas

Mexerico

Mexerico

Taxonomia e Nomenclatura
Divisão: AngiospermaeClado: Rosídeas
Ordem: Myrtales
Família: Melastomataceae
Gênero: MiconiaBinômio específico: Miconia sellowianaNaudin – (Naud.)
Primeira publicação: Ann. Sc. Nat. Ser. 3. 16:206. 1851.
Nomes vulgares por Unidades da Federação: no Distrito Federal, jacatirão, língua-de-tamanduá e pixirica; em Minas Gerais, jacatirão, quaresmeirae quaresminha; no Paraná, mexerico e pixirica; em Santa Catarina, pixirica; e no Estado de SãoPaulo, fruta-de-tiriva e jacatirão
.Etimologia: o nome genérico Miconia é uma homenagem a D. Micon, médico espanhol; o epíteto específico se llowiana é uma homenagem ao botânico alemão Friedrich Sellow (1789–1831).

Clima
Precipitação pluvial média anual: de 1.100 mm no Estado de São Paulo, a 2.500 mm, no Estado do Rio de Janeiro.
Regime de precipitações: as chuvas são uniformes, no Planalto Sul-Brasileiro, aperiódicas, no restante da área de ocorrência.

Solos
Miconia sellowiana ocorre no Paraná, em afloramentos de arenito

Tecnologia de Sementes
Colheita e beneficiamento: a maturação dos frutos do mexerico ocorre de maneira irregular, tanto na copa como em cada infrutescência. Uma vez maduros, são devorados pelos pássaros. No entanto, podem ser colhidos tanto maduros(quando se tornam violáceo-escuros) ou ainda imaturos (ainda com a coloração esverdeada),pois produzem sementes viáveis ao longo de todaa safra.

Produção de Mudas
Semeadura: deve-se proceder à semeadura em sementeira e depois repicar as plântulas para sacos de polietileno ou tubetes de polipropileno(tamanho médio). Uma recomendação prática é colocar de 7 a 10 sementes por recipiente. Recomenda-se, também, repicar as plântulas3 meses após a germinação.
Germinação: é epígea e as plântulas são fanerocotiledonares. A emergência tem início entre 20 e 70 dias após a semeadura. O poder germinativo é bastante variável e irregular (de 0%a 50%). As mudas atingem porte adequado para plantio, cerca de 9 meses após a semeadura.

Características Silviculturais
Miconia sellowiana é uma espécie semi-heliófila, que tolera baixas temperaturas.
Hábito: o mexerico apresenta crescimento monopodial e boa derrama natural em espaçamento pequeno; em espaçamento amplo, necessita de desrama artificial.
Sistemas de plantio: o mexerico pode ser plantado a pleno sol, em plantio puro, ou em plantio misto, em tutoramento de espécies secundárias e clímax. Essa espécie brota da touça.

Crescimento e Produção
Existem poucos dados sobre o comportamento de M. sellowiana em plantios. No entanto, seu crescimento é lento.

Características da Madeira
Massa específica aparente (densidade aparente): a madeira do mexerico é moderadamente densa (0,70 g cm-3), a 12% de umidade.
Cor: o alburno é de coloração bege, levemente rosada, e o cerne é esbraquiçado, bege-sujo ou levemente rosado.
Características gerais: a superfície da madeira   é lisa ao tato e sem brilho, apresentando textura média; a grã é direita a irregular. O cheiro e o gosto dessa madeira são indistintos.

Produtos e Utilizações
Madeira serrada e roliça: a madeira de M. sellowiana tem baixo valor comercial, tendo uso apenas local.
Energia: produz lenha de boa qualidade.
Celulose e papel: a madeira dessa espécie é inadequada para esse uso.
Alimentação animal: a forragem do mexerico apresenta 12,7% de proteína bruta e 34,5%de tanino . Por isso, não se qualifica como boa forrageira.
Apícola: Miconia sellowiana é uma espécie de grande potencial melífero, produzindo néctar e pólen.
Paisagístico: o mexerico é uma espécie com grande potencial ornamental.
Plantios com finalidade ambiental: Miconiasellowiana é uma espécie com potencial para uso em plantios mistos e de enriquecimento, visando à reabilitação de área minerada .

Espécies Afins
O gênero Miconia – estabelecido por Ruiz etPavon em 1794 – possui cerca de 1.000 espécies, as quais ocorrem desde o sul do México até o norte da Argentina e do Uruguai, sendo o maior gênero de Melastomataceae. Entre arbustiva se arbóreas, o Brasil abriga cerca de 250 dessas espécies. Miconia sellowiana é muito próxima de M. latecrenata, sendo separadas pelo tipo de nervação das folhas, tendo a primeira espécie folhas 3-plinérveas e a segunda espécie folhas3-nérveas

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