Madeiras brasileiras e exóticas
Mamona-do-Mato
Taxonomia e Nomenclatura
Divisão: AngiospermaeClasse: Euasterídeas II
Ordem: Apiales – Em Cronquist (1981), é classificada em Umbelales
Família: AraliaceaeGênero: Oreopanax
Binômio específico: Oreopanax fulvus Marchal
Primeira publicação: in Mart. & Eichler, Fl.bras. 11 (1); 254. 1878.
Nomes vulgares por Unidades da Federação: em Minas Gerais, figueira-do-mato, mandioqueira e tamanqueira; no Paraná, embauvarana, figueira-brava, figueira-do-mato e mamona-do-mato; no Rio Grande do Sul, figueira-do-mato, tamanqueirae tamanqueiro; e em Santa Catarina, figueira-do-mato e tamanqueira.
Etimologia: o nome genérico Oreopanax é de origem duvidosa; o epíteto específico fulvus vem do latim e significa “amarelo, com várias tonalidades
Clima
Precipitação pluvial média anual: de1.400 mm, em Minas Gerais, a 2.300 mm, no Rio Grande do Sul.
Regime de precipitações: as chuvas são uniformes.
Solos
Oreopanax fulvus ocorre, espontaneamente, em terrenos rasos a profundos e de fertilidade variável, a maioria das vezes solos pobres e ácidos, com pH variando entre 3,5 e 5,5, com textura que varia de franca a argilosa e bem drenados. Os solos mal drenados: orgânicos, GleissoloMelânico alumínico (Glei Húmico) e Gleissolo Háplico Tb distrófico (Glei pouco Húmico) são pouco propícios ao seu desenvolvimento. O pH médio dos solos varia de 3,5 a 5,5
Tecnologia de Sementes
Colheita e beneficiamento: os frutos dessa espécie devem ser colhidos diretamente da árvore, antes de iniciarem a queda.
Produção de Mudas
Semeadura: recomenda-se semear as sementes dessa espécie em sementeiras e, depois repicar as plântulas para sacos de polietileno ou tubetes de polipropileno, tamanho grande. Na região Sul, a repicagem pode ser feita de 3 a 5 semanas, após a germinação.
Germinação: é epígea e as plântulas são fanerocotiledonares. A emergência tem início entre7 e 60 dias após a semeadura. Sementes coletadas fora do ponto de maturação – e sem tratamentos de superação da dormência – iniciam a germinação entre 60 e 166 dias, após a semeadura.
Características Silviculturais
Essa espécie é esciófila até heliófila e tolera temperaturas baixas.
Hábito: apresenta forma de fuste variável, com ocorrência de bifurcações. Uma característica importante dessa espécie é a ausência de ramos lenhosos nos estádios iniciais de desenvolvimento, sendo as folhas unidas diretamente ao tronco, por longos pecíolos.
Crescimento e Produção
Existem poucos dados sobre o crescimento da mamona-do-mato em plantios. Contudo, seu crescimento é lento.
Características da Madeira
Massa específica aparente (densidade aparente): a madeira dessa espécie é
moderadamente densa (0,56 g cm-3), a 12% de umidade.
Cor: o alburno e o cerne são pouco diferenciados, apresentando coloraçãoes branquiçada.
Características gerais: apresenta textura fina e grã reta.
Durabilidade: a madeira de O. fulvum é pouco resistente e muito suscetível ao apodrecimento.
Produtos e Utilizações
Madeira serrada e roliça: em tempos passados, a madeira da mamona-do-mato foi muito empregada na confecção de cepas de tamancos, embalagens e brinquedos.
Energia: a madeira dessa espécie produz lenha de péssima qualidade.
Celulose e papel: a madeira de O. fulvum é inadequada para esse uso.
Apícola: essa espécie apresenta potencial melífero, com produção de néctar e de pólen.
Paisagístico: a árvore possui copa e folhagem muito característica e ornamental, podendo ser usada, com sucesso, em paisagismo, principalmente em arborização urbana.
Plantios com finalidade ambiental: os frutos da mamona-do-mato são muito procurados por pássaros, os quais são consumidos mesmo antes de atingirem a plena maturação.
Espécies Afins
O gênero Oreopanax Decne. & Planch. Foi estabelecido em 1854 e atualmente conta com cerca de 150 espécies neotropicais, embora esse número seja considerado elevado e sujeito a redução. Seus principais centros de diversidade estão na América Central e nos Andes, onde a maioria das espécies ocorre em Florestas Montanas, acima de 2.000 m de altitude.