Madeiras brasileiras e exóticas

Taxonomia e Nomenclatura
Divisão: AngiospermaeClado: Euasterídeas II
Ordem: AsteralesFamília: Asteraceae – Em Cronquist (1981), é classificada em Compositae
Gênero: Dasyphyllum
Binômio específico: Dasyphyllum tomentosum(Spreng.) Cabrera
Primeira publicação: Rev. Mus. La Plata (N. S.)Bot. 9: 69. 1959.
Sinonímia botânica: Flotovia tomentosaSprengel (1826); Chuquiraga paniculata D. Don(1830); Flotovia paniculata (Don.) DC (1838);Chuquiraga tomentosa (Spreng.) Baker (1884).
Nomes vulgares por Unidades da Federação: no Paraná, açucará, agulheiro, cambará-de-espinho, espinheiro, espinho-de-agulha, espinho-de-judeu, goiapá, guaiapá, lava-mão e sucará; no Rio Grande do Sul, açucará-piloso e sucará; e em Santa Catarina, açucará, cambará-de-espinho,espinho-de-agulha, espinho-de-judeu, lavra-mão e sucará.
Etimologia: o nome genérico Dasyphyllum vemdo grego dasys (piloso) e phyllon (folha). As folhas são sedoso-pilosas e ásperas em ambas as faces; o epíteto específico tomentos um vem do latim tomento sus (peludo).As brácteas involucrais são densamente seríceo-peludas.

Clima
Precipitação pluvial média anual: de1.400 mm, no Paraná, a 2.300 mm, no Rio Grande do Sul.
Regime de precipitações: as chuvas são uniformes.

Solos
Dasyphyllum tomentosum ocorre em solos úmidos ou rochosos, de fertilidade baixa, com altos teores de alumínio (Al), e com textura Franco-Arenosa. O ph médio dos solos fica em torno de 4,87 .

Tecnologia de Sementes
Colheita e beneficiamento: os frutos devem ser macerados para facilitar o desprendimento das sementes que estão acondicionadas em feixes, semelhantes a um pincel.

Produção de Mudas
Semeadura: como a relação semente germinada/cipsela é baixa e as cipselas são pequenas, recomenda-se semear em sementeiras e repicar as plântulas para sacos de polietileno com dimensões mínimas de 20 cm de altura e 7 cm de diâmetro, ou em tubetes de polipropileno, tamanho médio. Recomenda-se, também, repicar as plântulas 3 a 5 semanas após a germinação.
Germinação: é epígea e as plântulas são fanerocotiledonares. A emergência inicia de 24 a60 dias após a semeadura. O poder germinativo é baixo e cerca de 10% a 20% das sementes são viáveis. As plantas atingem porte adequado para plantio, cerca de 6 meses após a semeadura. Cuidados especiais: durante a fase de viveiro, o guaiapá tolera sombreamento de intensidade média, pois as plântulas, a pleno sol, se desenvolvem bem mais lentamente do que as que permanecem na sombra.

Características Silviculturais
O guaiapá é uma espécie heliófila, mas no estádio de mudas, se caracteriza como umbrófila. Essa espécie tolera baixas temperaturas.
Hábito: Dasyphyllum tomentosum apresenta crescimento monopodial e derrama natural satisfatória. Em plantios sob espaçamentos amplos, recomenda-se a poda dos galhos.
Sistemas de plantio: o plantio puro, a pleno sol, é o recomendado ecologicamente. Essa espécie pode ser usada em plantio misto, no tutoramento de espécies umbrófilas. Na Floresta Secundária, o guaiapá apresenta excelente regeneração natural, sendo viável o uso de mudas provenientes da regeneração natural. Essa espécie brota da touça e de outras partes do tronco, de forma irregular.

Crescimento e Produção
Existem poucos dados sobre o crescimento do guaiapá em plantios. Contudo, seu crescimento é lento.

Características da Madeira
Massa específica aparente (densidade aparente): a madeira do guaiapá é moderadamente densa (0,81 g cm -3), a 15% de umidade
Cor: o alburno não se diferencia do cerne. É bege e macio.
Características gerais: grã grosseira e textura fibrosa.

Produtos e Utilizações
Madeira serrada e roliça: recomendada para mourões de cerca.
Energia: recomendada para produção de lenha.
Celulose e papel: a madeira de Dasyphyllumtomentos um é inadequada para esse uso.
Apícola: o guaiapá tem excelente potencial melífero, com produção de néctar e de pólen.
Paisagístico: por suas qualidades ornamentais, essa espécie é indicada para paisagismo.
Plantios com finalidade ambiental: Dasyphyllum tomentos um é uma espécie recomendada, também, na recuperação de terrenos erodidos e degradados.

Espécies Afins
O gênero Dasyphyllum H. B. K. foi estabelecido em 1820, por Humboldt . Atualmente, consta de 36 espécies, das quais 23 ocorrem no Brasil. Dasyphyllum tomentos um está dividida em duas variedades: var. tomentos um e var. multiflorum(Bak.) Cabr. A variedade multiflorum difere davar. Tomentos um por suas folhas glabras ou quase glabras.Dasyphyllum tomentos um diferencia-se de D. spinescens, principalmente por suas folhas geralmente mais largas, mais longamente pecioladas e sobretudo pelos numerosos capítulos.