Madeiras brasileiras e exóticas
Carvalho-Verde
Taxonomia e Nomenclatura
Divisão: AngiospermaeClado: Eudicotiledôneas
Ordem: Proteales
Família: ProteaceaeGênero: Roupala
Binômio específico: Roupala cataractarumSleumer – (Sl.)
Primeira publicação: Bot. Jahrb. 76: 163, 1954.
Nomes Vulgares por Unidades da Federação: no Paraná, carvalho-verde; no Rio Grande do Sul,carvalho-brasileiro; e em Santa Catarina, carvalho,carvalho-nacional e carvalho-vermelho.
Etimologia: o nome genérico Roupala é nome comum na Guiana; o epíteto específico cataractar um refere-se às Cataratas de Foz do Iguaçu, no Paraná.
Clima
Precipitação pluvial média anual: de 1.400 mm, no Paraná, a 1.900 mm, também, no Paraná. Regime de precipitações: as chuvas são uniformes.
Solos
Matas das encostas com boa drenagem ou solos pedregosos.
Tecnologia de Sementes
Colheita e beneficiamento: os frutos de R. Cataractar um devem ser colhidos, quando passam da coloração esverdeada e consistência carnosa para castanho-pardo ou castanho-esverdeado e consistência lenhosa-coriácea, antes do início do processo de deiscência e disseminação das sementes. Locais identificados de ocorrência natural de carvalho-verde (Roupala cataractarum), no Brasil.
Após a colheita, os frutos devem ser levados para ambiente ventilado a fim de completar a deiscência e possibilitar a extração das sementes.
Produção de Mudas
Semeadura: recomenda-se semear em sementeiras e depois repicar as plântulas em sacos de polietileno de 20 cm de altura e 7 cm de diâmetro, ou em tubetes de polipropileno, tamanho médio. A repicagem deve ser feita 4 a6 semanas após a germinação.
Germinação: é epígea e as plântulas são fanerocotiledonares. A emergência tem início entre 25 e 60 dias após a semeadura. O poder germinativo é variável, até 70%. As mudas estão prontas para plantio cerca de 9 meses após a semeadura.
Características Silviculturais
Roupala cataractarum é uma espécie semi-heliófila, necessitando de sombreamento de intensidade média na fase juvenil. Essa espécie é tolerante às baixas temperaturas.
Hábito: é variável e irregular, sem dominância apical definida. Não apresenta derrama natural, necessitando de poda de condução e de podados galhos (periódica e frequente).
Sistemas de plantio: o carvalho-verde pode ser plantado, em plantio misto, a pleno sol, associado com espécies pioneiras ou secundárias iniciais, e plantado em linhas, em faixas abertas em vegetação matricial arbórea. Essa espécie brota da touça, após corte.
Crescimento e Produção
Há poucos dados de crescimento sobre R.cataractarum em plantios
Características da Madeira
Massa específica aparente (densidade aparente): a madeira do carvalho-verde é densa(0,75 g cm-3 a 1,03 g cm-3), a 15% de umidade
Cor: o alburno e o cerne são róseo-violáceos, até pardo-avermelhado-violáceos, apresentando manchas esbranquiçadas ou amareladas ou branco-rosadas.
Características gerais: a superfície é lisa e quase sem lustre; a textura é média; a grã é direita ou ondulada. O gosto e o cheiro da madeira do carvalho-verde são indistintos.
Produtos e Utilizações
Madeira serrada e roliça: a madeira de R.cataractarum é indicada para construção civil e naval; ela é usada em mobiliário em geral e em obras na forma de caibro, esquadria, estaca, forro, ripa, tabuado, taco, viga, dormentes, folheados, caixas e objeto de adorno. Na Região Metropolitana de Curitiba, PR, é utilizável para cabos de ferramentas ou de utensílios domésticos
Energia: a madeira do carvalho-verde produz lenha de boa qualidade.
Celulose e papel: a madeira dessa espécie é inadequada para esse uso.
Medicinal: no Paraná e em Santa Catarina, índios de várias etnias usam os galhos dessa espécie na forma de chá, no controle de febre .
Principais Pragas
As sementes do carvalho-verde são bastante infestadas por larvas de insetos, o quais causam grandes danos.
Espécies Afins
O gênero Roupala Aublet é representado por51 espécies, espalhadas pela América Tropical desde o México até a Argentina, em Nova Caledônia e na Austrália. Mais da metade das espécies ocorrem no Brasil, onde apresenta vasta área de ocorrência, nas regiões Norte, Sul e Sudeste. Entre essas, a mais próxima – e muitas vezes confundida com R. cataractarum – é outra espécie simpátrica de ocorrência comum, R. brasiliensis