Madeiras brasileiras e exóticas
Bom-Nome
Taxonomia e Nomenclatura
Divisão: AngiospermaeClado: Eurosídeas I
Ordem: Celastrales
Família: Celastraceae
Gênero: Maytenus
Binômio específico: Maytenus rigida Mart.
Primeira publicação: Flora 24(2): 90, 1841.
Nomes vulgares por Unidades da Federação: em Alagoas, bom-nome; na Bahia, bom-nome, bonomeiro, colher, espinheira-santa e pau-de-colher; no Ceará, bom-nome e casca-grossa; em Goiás, espinheira-santa; em Minas Gerais, bom-nome e pau-de-colher; na Paraíba, bom-nomee bonome; em Pernambuco, bom-nome e bom-nome-verdadeiro; no Rio Grande do Norte, bom-nome e cabelo-de-negro; em Sergipe, bom-nome.
Etimologia: o nome genérico Maytenus provém de maitén, termo aborígene chileno (mapuche),que designa uma celastrácea arbórea do Chile(Maytenus boaria L.); o epíteto específico rigida é porque as folhas são muito rígidas ou coriáceas.
Clima
Precipitação pluvial média anual: de316 mm, no Sertão dos Inhamuns (sudoeste do Ceará), a 1.500 mm, no nordeste de Goiás.
Regime de precipitações: as chuvas são periódicas.
Solos
De preferência, M. rigida, ocupa áreas muito secas da Caatinga, de solo compacto ou cascalhento.
Tecnologia de Sementes
Colheita e beneficiamento: para se obter as sementes, devem-se colher os frutos diretamente da árvore, quando iniciarem a abertura, cortando-se os ramos com as infrutescências. Em seguida, esses frutos devem ser deixados à sombra, para completar a abertura e facilitar a extração manual das sementes.
Produção de Mudas
Semeadura: recomenda-se proceder à semeadura em sacos de polietileno ou em tubetes de polipropileno de tamanho médio (120 cm³).Se necessária, a repicagem deve ser efetuada quando as plântulas apresentarem de quatro a cinco folhas.
Germinação: é do tipo epigeal e as plântulas são fanerocotiledonares. A emergência ocorre a partir de 40 dias e a taxa de germinação é baixa, até 40%
Características Silviculturais
Maytenus rigida é uma espécie heliófila, que não tolera baixas temperaturas.
Hábito: essa espécie é ramificada desde a base e não apresenta dominância apical definida; também apresenta derrama natural fraca, devendo sofrer podas frequentes de condução e dos galhos.
Sistemas de plantio: recomenda-se plantio consorciado ou plantio em linha em Floresta Secundária, no estádio de capoeirão.
Crescimento e Produção
Existem poucas informações sobre o crescimento do bom-nome em plantios. Contudo, seu crescimento é lento.
Características da Madeira
Massa específica aparente (densidade aparente): a madeira do bom-nome é densa(0,92 g cm-3 a 0,99 g cm-3) a 15% de umidade
Cor: o alburno é pardo-amarelado e o cerne é castanho-avermelhado
.Características gerais: a madeira do bom-nome é dura e resistente, com baixa durabilidade natural.
Produtos e Utilizações
Madeira serrada e roliça: por suas pequenas dimensões e pouca resistência aos decompositores, a madeira dessa espécie tem pouco aproveitamento. Mesmo assim, é recomendada para pequenos trabalhos de carpintaria, na fabricação de colheres, cabos de ferramentas e de outros utensílios domésticos.
Energia: a madeira dessa espécie é aproveitada para lenha. Contudo, há restrição a esse uso, em decorrência da pequena dimensão do tronco.
Celulose e papel: Maytenus rigida é uma espécie inadequada para esse uso.
Alimentação animal: na região de Xingó, na divisa de Alagoas, Bahia e Sergipe, essa espécie é muito pastejada por caprinos; sendo citada por87,5% dos caprinocultores.
Medicinal: na medicina popular, o chá da entrecasca do bom-nome é muito conceituado como diurético e usado no combate a doenças renais. Na medicina popular, M. rigida tem sido usada em várias cidades brasileiras, entre as quais: Alagoinha, PE .
Paisagístico: o bom-nome tem porte ornamental, podendo ser usado, com sucesso, em paisagismo, principalmente na arborização de ruas e de avenidas.
Plantios com finalidade ambiental: Maytenus rigida é muito importante na restauração de ambientes fluviais ou ripários(matas ciliares) e de ecossistemas degradados. Os frutos dessa espécie são muito procurados por vários tipos de aves.
Espécies Afins
O gênero Maytenus Molina é constituído por 225 espécies, distribuídas, principalmente, nas Américas Tropical e Subtropical, com algumas espécies no Pacífico Sul, na Ásia, na Malásia. No Brasil, esse gênero é representado por 77 espécies e 14 variedades. Maytenus acanthophylla – com seus ramos lenticelados e suas folhas subsésseis – lembra Maytenus rigida, mas difere desta por suas folhas dotadas de dentes (espinhos) bem maiores e seus frutos tetrágonos .Geralmente, materiais herborizados de M. rigida, principalmente as folhas, se desarticulam dos ramos após a secagem. Maytenus rigida é uma espécie taxonomicamente bem definida. Por isso, não existem dificuldades para ser reconhecida.