Madeiras brasileiras e exóticas

Taxonomia e Nomenclatura
Divisão: AngiospermaeClado: Eurosídeas I
Ordem: Fabales – Em Cronquist (1981),é classificada em Rosales
Família: Fabaceae – Em Cronquist (1981),é classificada em LeguminosaeSubfamília: Faboideae (Papilionoideae)
Gênero: Pterodon
Espécie: Pterodon emarginatus Vog.
Primeira publicação: in Linnaea 11: 384(1837)

Clima
Precipitação pluvial média anual: de 1.000 mm, na Bahia, a 2.250 mm, no sul de Rondônia. Regime de precipitações: chuvas periódicas.

Solos
Pterodon emarginatus ocorre, naturalmente, em terrenos de textura argilosa, bem drenados.

Tecnologia de Sementes
Colheita e beneficiamento: os frutos(sâmaras) devem ser colhidos diretamente da árvore, quando iniciarem a queda espontânea. Colhidos assim, podem ser diretamente usados para semeadura (como se fossem sementes), uma vez que a remoção destas é um tanto trabalhosa

Produção de Mudas
Semeadura: os frutos devem ser colocados para germinar logo que colhidos, diretamente em recipientes individuais. Quando necessária, a repicagem pode ser feita 30 dias após o início da germinação.
Germinação: as plântulas dessa espécie apresentam cotilédones epígeos ou fanerocotiledonares. A emergência tem início de5 a 54 dias, com 14,2% de germinação.

Características Silviculturais
Pterodon emarginatus é uma espécie heliófila, que não tolera baixas temperaturas.
Hábito: necessita de poda de condução e dos galhos. Apresenta boa brotação da touça. Sistemas de plantio: a sucupira-lisa cresce tão bem em plantios puros e densos a pleno sol, em plantios mistos bem diversificados, como em condições de sombreamento parcial.

Crescimento e Produção
Existem poucos dados sobre o crescimento dessa espécie. Contudo, apresenta crescimento lento

Características da Madeira
Massa específica aparente (densidade): amadeira da sucupira-lisa é densa a muito densa(0,75 g.cm-3 a 1,10 g.cm-3) a 15% de umidade.
Massa específica básica: 0,71 g.cm-3 a0,79 g.cm-3 .
Cor: o alburno e o cerne são indistintos, e decoloração amarelada.
Características gerais: a madeira de Pterodonemarginatus apresenta superfície pouco lustrosa, com finíssimas estrias longitudinais nas linhas vasculares; não apresenta cheiro nem gosto; a textura é média e grã revessa.
Durabilidade natural: estacas de sucupira-lisa, soterradas por 20 anos, ajudaram a comprovar a durabilidade da madeira dessa espécie como de durabilidade moderada, com vida média inferior a 9 anos .Outras características: espécie altamente resistente a fungos e a cupins.

Produtos e Utilizações
Apícola: essa espécie é melífera, no Cerrado de Minas Gerais .
Celulose e papel: a madeira de Pterodonemarginatus é inadequada para esse uso.
Constituintes fitoquímicos: no óleo do fruto da sucupira-lisa, foi isolada a substância14,15-epoxigeranilgeraniol, a qual inibe a penetração na pele humanada cercária da esquistossomose, o estágio larval que causa esquistossomíase – bilharzia).Análises fitoquímicas nessa planta isolaram as substâncias ativas isoflavonas e diterpenos.
Energia: o rendimento em carvão é de 33,5%;o teor de carbono fixo é de 75,5 e o poder calorífico superior do carvão vegetal é7.575 kcal/kg
Madeira serrada e roliça: a madeira da sucupira-lisa já teve grande valor comercial, principalmente no Estado de São Paulo, onde alcançou alta cotação como dormentes para estradas de ferro. Essa cotação foi atribuída a sua grande durabilidade natural, fazendo com ela fosse considerada a melhor madeira para esse fim. Por sua extrema dureza, a madeira dessa espécie é empregada, principalmente, em obras externas(construções pesadas, pontes, vigas, dormentes, carroçarias, postes, cruzetas, etc.).Medicinal: os frutos e as sementes dessa espécie contêm óleo aromático e são muito usadas na medicina popular, na forma de gargarejos contra a inflamação da garganta e como calmante; no tratamento de reumatismos e diabetes, e de esquistossomose – quando aplicado na pele dos mamíferos  e no Cerrado mineiro, em uso interno, na forma de infusão, para combater resfriados. O óleo extraído dos frutos dessa espécie apresenta ação profilática contra infecção causada pelo Schistosoma mansoni .
Paisagístico: a árvore possui características ornamentais para ser usada em arborização paisagística.
Plantio com finalidade ambiental: espécie recomendada em recuperação de área degradada.

Espécies Afins
O gênero Pterodon Vog. caracteriza-se pelo desenvolvimento de dois lacínios do cálice, na forma de alas petaloides, com ousem pontuações glandulíferas e, pelo fruto. Esse gênero está restrito à América do Sul e,  , distribui-se pelas áreas de ocorrência do Cerrado, da Caatinga e dos campos rupestres, constituindo-se de cinco espécies, que se dispersam do Piauí ao Estado de São Paulo, conforme lista a seguir:• Pterodon abruptus Benth.• Pterodon apparicioi Pedersoli.• Pterodon emarginatus Vog.• Pterodon polygalaeflorus Benth.• Pterodon pubescens Benth. Contudo, há uma grande variabilidade morfológica entre as espécies deP. polygalaeflorus e P. pubescens, notadamentenas regiões de ocorrência comum. Até hoje, os dados obtidos levam à tendência de reduzir o atualnúmer o de espécies. Há várias décadas, existe controvérsia sobrea possível existência de 1 ou 2 espécies de sucupira-branca; quando unidas, o nome usualmente aceito para a espécie é P. emarginatus.Contudo, estudo de taxonomia molecular, com RAPD sustenta a divisão tradicional em duas espécies:• Pterodon polygaliflorus (com flores roxas e folhas glabras).• Pterodon pubescens (com flores róseo-pálidas e folhas pubescentes).