Madeiras brasileiras e exóticas

Taxonomia e Nomenclatura
Divisão: AngiospermaeClado: Eurosídeas II
Ordem: SapindalesFamília: Simaroubaceae (Simarubácea)
Gênero: Simarouba
Espécie: Simarouba versicolor A. St.-Hil.Primeira publicação: in Plantes Usuelles des Brasiliens (Pl. Usuel. Bras.) t.5. 1824-1828.
Sinonímia botânica: Simarouba versicolor var.pallida Engl.
Nomes vulgares por Unidades da Federação: na Bahia, gaxeta, paraíba e pau-paraíba; no Ceará, paraíba e praíba; no Distrito Federal, mata-cachorro; em Goiás, marupá-do- campo e simaruba; em Mato Grosso, pau-de-perdiz; em Mato Grosso do Sul, pau-de-perdize perdiz; em Minas Gerais, mata-vaqueiro esabugueiro; no Pará, marupá-do-campo; na Paraíba, paraíba e praíba; no Piauí, mata-cachorro, paraíba, pau-paraíba, pau-praíba epraíba; e no Tocantins, mata-cachorra.
Etimologia: o nome genérico Simarouba éo nome popular da espécie tipo, na Guiana Francesa ; o epíteto específico versicolor é em referência às folhas discolores dessa espécie.

Clima
Precipitação pluvial média anual: de 900 mm, em Minas Gerais, a 2.200 mm, em Alagoas. Regime de precipitações: chuvas periódicas.
Solos
Simarouba versicolor apresenta tolerância a solos secos, de fertilidade baixa e com textura arenosa. No Nordeste, ocorre em áreas de tabuleiro.

Tecnologia de Sementes
Colheita e beneficiamento: os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore, quando iniciarem a queda espontânea.

Produção de Mudas
Semeadura: as sementes de Simaroubaversicolor devem ser semeadas em sementeiras. Depois, as plântulas devem ser repicadas para recipientes (saco de polietileno ou tubetes de polipropileno) de tamanho médio. Quando as mudas atingirem de 4 cm a 6 cm de altura, recomenda-se transplantá-las dos canteiros, para recipientes individuais.
Germinação: é epígea ou fanerocotiledonar.A emergência tem início de 8 a 40 dias, após a semeadura. Usando-se sementes recém-colhidas, o poder germinativo atinge até 80%. As mudas atingem tamanho adequado para plantio, no local definitivo, em 6 meses.

Características Silviculturais
Simarouba versicolor é uma espécie heliófila, que não tolera baixas temperaturas.
Hábito: essa espécie necessita de poda de condução e dos galhos.
Sistemas de plantio: o pau-paraíba cresce bem em plantios puros densos a pleno sol, em plantios mistos bem diversificados, como em condições de sombreamento parcial.

Crescimento e Produção
Existem poucos dados sobre o crescimento dessa espécie. O desenvolvimento das plantas é considerado apenas moderado, alcançando2,5 m, aos 2 anos de idade.

Características da Madeira
Massa específica aparente (densidade):a madeira de Simarouba versicolor é leve a moderadamente densa (0,38 g.cm -3 a 65 g.cm-3).
Massa específica básica: 0,40 g.cm-3.
Cor: o alburno dessa espécie é amarelado, bem distinto, abundante, compacto e forte; e o cerne é de coloração violeta-escura, com listras também escuras, dando um aspecto mosqueado, de forma irregular.
Características gerais: o sabor e o odor são indistintos; de textura fina, veio retilíneo, observando-se o entrelaçamento das fibras.
Durabilidade natural: madeira não atacada por insetos.
Trabalhabilidade: por ser madeira leve emacia ao corte, e muito fácil de se trabalhar. Não apresenta problemas de colagem e produz um bom acabamento.
Produtos e Utilizações
Aproveitamento alimentar: os frutos de Simarouba versicolor são comestíveis
.Celulose e papel: o líber fornece fibras para estopa e pasta para papel.
Constituintes fitoquímicos: todas as partes dessa planta são extremamente amargas, devido à presença de um grupo de compostos químicos conhecidos como quassinoides, os quais determinam o uso medicinal das plantas que os contém, com emprego todos semelhantes: tônico e estimulante em bebidas amargas e como medicamento, contra a febre relataram a presença de dois triterpenos na casca da raiz de Simaroubaversicolor e a caracterização de dois quassinoides(1 e 2), sendo que o quassinoide 2 é uma glaucarubinona.
Energia: produz lenha de boa qualidade.
Fibras: da casca, são obtidas fibras para confecção de cordas rústicas e constitui a chamada casca-paraíba.
Madeira serrada e roliça: o pau-paraíba fornece madeira porosa para uso interno em construção civil, em forros e para confecção de brinquedos, tamancos, urnas funerárias, palitos de fósforos e caixotaria.
Medicinal: a casca é amarga, tônica, febrífuga, anti-sifilítica e recomendada no tratamento de anemia e de dermatoses. A casca e a raiz, na forma de garrafadas, são indicadas no tratamento de doenças do fígado. A infusão ou o decocto da casca são indicados para uso interno, por suas propriedades adstringentes e antidiarreicas. A casca seca, reduzida a pó e aplicada à cabeça, é boa para matar piolhos. O pó dos frutos tem o mesmo efeito. Essa espécie tem aplicação terapêutica em Santo Antônio do Leverger, MT, sendo a cascausa da contra sarna canina. Contudo, em altas doses, tanto as folhas quanta casca são consideradas venenosas. Os frutos e as cascas são fortemente inseticidas. O pó dos frutos é usado como vermífugo.
Paisagístico: Simarouba versicolor é uma espécie ornamental e útil em paisagismo.
Plantios com finalidade ambiental: por apresentar excelente crescimento, o pau-paraíba é uma espécie importante para plantios com essas finalidades.

Espécies Afins
O gênero Simarouba apresenta cinco espécies, distribuídas do México ao Brasil. Simarouba versicolor distingue-se, prontamente,  de S. amara, por apresentar folhas bem discolores