Madeiras brasileiras e exóticas

Taxonomia e Nomenclatura
Divisão: AngiospermaeClado: Eurosídeas I
Ordem: Fabales (em Cronquist (1981), é classificadaem Rosales)
Família: Fabaceae (em Cronquist (1981),é classificada em Leguminosae)Subfamília: Caesalpinioideae
Gênero: Sclerolobium
Espécie: Sclerolobium denudatum Vogel
Publicação: in Linnaea 11: 396. 1837.
Nomes vulgares por Unidades da Federação: no Estado do Rio de Janeiro, angá, cacheta-amarela, cacheta-preta e passariúva; e no Estado de São Paulo, arapacu, bascuaré, ingá-da-mata, pasfaré, passariúba, passariúva, passariúva-preta,passuaré, tachi e tapassuaré.
Etimologia: o nome genérico Sclerolobium vem do grego scleros (duro, seco) e lobos (lobo); o epíteto específico denudatum vem do latim e significa “desnudo”; alusão aos lobos duros e glabros do fruto

Clima
Precipitação pluvial média anual: de 800 mm, no Estado do Rio de Janeiro, até 3.700 mm, na Serra de Paranapiacaba, SP.
Regime de precipitações: chuvas uniformemente distribuídas desde parte do litoral
do Estado do Rio de Janeiro até Santa Catarina. Chuvas periódicas nos outros locais.
Solos
Sclerolobium denudatum ocorre em solos de fertilidade química média, profundos, de textura argilosa a argilo-arenosa, bem drenados e com pH baixo.

Tecnologia de Sementes
Colheita e beneficiamento: os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore, quando iniciarem a queda espontânea ou do chão, após a queda.

Produção de Mudas
Semeadura: recomenda-se semear duas sementes em sacos de polietileno com dimensões mínimas de 20 cm de altura e 7 cm a 10 cm de diâmetro, ou em tubetes de polipropileno de tamanho médio. Quando necessária, a repicagem pode ser feita 2 a3 semanas após a germinação, quando as plântulas estiverem com altura aproximada de4 cm.
Germinação: é epígea ou fanerocotiledonar. A emergência dá-se entre 13 a 80 dias após a semeadura, com até 40 % de germinação. Associação simbiótica: em viveiro, as mudas apresentam nódulos nas raízes, devido à associação com bactérias do gênero Rhizobium. Deve-se investigar a possível presença de fungos micorrízicos arbusculares nas raízes dessa espécie.
Características Silviculturais
Hábito: Sclerolobium denudatum apresenta dominância apical bem definida, excelente vigor e boa derrama natural sob plantio denso. Em espaçamentos amplos (3 m x 3 m), deve sofrer desrama dos galhos.
Métodos de regeneração: recomenda-se plantar o passuaré a pleno sol, em plantios puros e densos. Essa espécie pode ainda ser plantada em plantio misto, no tutoramento de espécies secundárias tardias ou clímax.
Crescimento e Produção
Não há dados disponíveis sobre o crescimento dessa espécie em plantios
Características da Madeira
Massa específica aparente (densidade):madeira moderadamente densa (0,55 g.cm-3 a0,63 g.cm-3).
Cor: cerne muito irregular de cor variável, do róseo-claro ao castanho-claro-rosado e do bege-pardacento ao pardo-claro-amarelado, ou acinzentado, com sombras e reflexos róseos ouarroxeados.
Características gerais: superfície irregularmente lustrosa; cheiro e gosto indistintos; textura média, grã tipicamente reversa.
Outras características: medianamente resistente aos esforços mecânicos, de baixa resistência ao apodrecimento e de boa resistência ao ataque de cupins de madeira seca.
Produtos e Utilizações
Apícola: o passuaré produz flores melíferas.
Celulose e papel: Sclerolobium denudatumé uma espécie adequada para esse uso.
Energia: produz lenha de qualidade razoável.
Madeira serrada e roliça: uso local em construções civis, tábuas em geral, sapatas de breque de carroça, barcos leves; caixotaria rústica, etc. Contudo, é considerada madeira excelente para a confecção de mourões e esteios, bem como para tabuados .Paisagístico: essa espécie apresenta copa frondosa que proporciona boa sombra, podendo ser empregada, com sucesso, no paisagismo em gera.
Plantios com finalidade ambiental: o passuaré é recomendado na recuperação de solos pouco férteis, sendo uma opção para a melhoria das propriedades do solo no pousio.

Espécies Afins
O gênero Sclerolobium Vogel é exclusivo da parte tropical da América do Sul e compreende 34espécies descritas, com centro de dispersão naHiléia Amazônica, onde se concentram cerca de70 % das espécies (DWYER, 1