Madeiras brasileiras e exóticas
Falso-Timbó
Taxonomia e Nomenclatura
Divisão: AngiospermaeClado: Eurosídeas I
Ordem: Fabales (em Cronquist (1981), é classificada em Rosales)
Família: Fabaceae (em Cronquist (1981), é classificada em Leguminosae)Subfamília: Faboideae (Papilionoideae)
Gênero: LonchocarpusEspécie: Lonchocarpus guilheminianus (Tul.) Malme
Publicação: in Arkiv. Bot. Stockh. 23A (13): 30.1931
Sinonímia botânica: Lonchocarpus neuroscaphaBenth.
Nomes vulgares por Unidades da Federação: na Bahia, cabelouro e carrancudo; no Distrito Federal, embira-de-sapo; no Espírito Santo, embira-de-macaco, embira-de-sapo, embiradanta e óleo-amarelo; em Minas Gerais, embira-de-carrapato, embira-de-sapo e pau-carrapato; no Paraná, embira-branca, embira-de-sapo, feijão-cru, imbira-de-caboclo e imbira-de-sapo; em Pernambuco, piaca; no Estado do Rio de Janeiro,embira-de-sapo e pau-luiz; no Rio Grande do Sul,árvore-da-chuva; rabo-de-bugio; rabo-de-macaco erabo-de-mico; em Santa Catarina, embira-de-sapoe rabo-de-macaco; e no Estado de São Paulo,caneleira-parda, embira-branca, embira-de-sapo,feijão-cru, imbira-de-sapo, gonovira, gonovira-pintada, rabo-de-macaco e timbó-carrapateiro.Etimologia: o nome genérico Lonchocarpusrefere-se à forma peculiar do fruto, geralmenterepresentando a ponta de uma lança (lonchos =lança, carpo = fruto)
Clima
Precipitação pluvial média anual: de 1.100 mm, no Estado do Rio de Janeiro, a 2.100 mm, na Bahia.
Regime de precipitações: chuvas uniformemente distribuídas na Região Sul (exceto no norte do Paraná) e chuvas periódicas nas demais Regiões.
Solos
Essa espécie não é muito exigente quanto ao tipo de solo, ocorrendo em solos pedregosos de textura arenosa a areno-argilosa, em locais secos ou úmidos.
Tecnologia de Sementes
Colheita e beneficiamento: os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore, quando maduros(pardacentos) e secados ao sol, para facilitar a abertura manual e a retirada das sementes, que devem secar à sombra, por mais 2 ou 3 dias
Produção de Mudas
Semeadura: a semeadura pode ser feita diretamente nos recipientes, sacos de polietileno, em tubetes de polipropileno de tamanho médio, ou em canteiros para posterior repicagem.
Características Silviculturais
Lonchocarpus guilherminianus é uma espécie heliófila, que tolera baixas temperaturas.
Hábito: apresenta forma tortuosa, sem dominância apical definida, com ramificação pesada e bifurcações. Sua desrama natural é fraca, devendo sofrer podas freqüentes de condução e dos galhos.
Crescimento e Produção
O desenvolvimento das plantas no campo é rápido, alcançando 3,5 m de altura aos 2 anos deidade.
Características da Madeira
Massa específica aparente (densidade):madeira moderadamente densa a densa(0,61 g.cm-3 a 0,83 g.cm-3) a 15 % de umida.
Outras características: madeira moderadamente resistente ao ataque de organismos xilófagos.
Produtos e Utilizações
Celulose e papel: o falso-timbó é uma espécie adequada para esse uso.
Energia: essa espécie é usada como lenha na Bahia.
Madeira serrada e roliça: a madeira do falso-timbó é empregada em construção civil; é usada, também, na fabricação de cabos de ferramentas e de peças torneadas, em caixotaria e em dormentes.
Paisagístico: Lonchocarpus guilherminianus é uma espécie muita bela, cujas flores são perfumadas e muito vistosas. Podem ser aproveitadas para fins ornamentais.
Plantios com finalidade ambiental: essa espécie é adaptada a terrenos de baixa fertilidade química e secos, sendo recomendada para plantio em áreas degradadas de preservação permanente. Adapta-se bem a solos úmidos, tolerando inundações periódicas .
Principais Pragas
Coleobrocas (Cerambycidae: Cerambycinae), entre as quais Chlorida festiva, C. equestris,Sphecomorpha murina e Thelgetra latipennis.
Espécies Afins
O gênero Lonchocarpus Kunth tem cerca de 150espécies. A principal área de distribuição ocorre no continente americano, mais precisamente nas Américas do Sul e Central. Ocorre desde o Uruguai e nordeste da Argentina até o sul doMéxico e na costa oeste africana (L. sericeus).O Brasil está representado por 32 espécies de Lonchocarpus. A maior freqüência ocorre na Amazônia, com 17 espécies de distribuição praticamente restrita a essa região.