Madeiras brasileiras e exóticas
Jancarandá-com-Espinho
Taxonomia e Nomenclatura
Divisão: AngiospermaeClado: Eurosídeas I
Ordem: Fabales (em Cronquist (1981), é classificada em Rosales)
Família: Fabaceae (em Cronquist (1981),é classificada em Leguminosae)Subfamília: Faboideae (Papilionoideae)
Gênero: Machaerium
Espécie: Machaerium nictitans (Vell.) Benth.Publicação: in Ann. Mus. Vind. 2:98. 1838
Sinonímia botânica: Nissolia nyctitans Vell. (1825).
Nomes vulgares por Unidades da Federação: em Minas Gerais, bico-de-pato, canjiquinha, jacarandá, jacarandá-bico-de-pato, jacarandá-ferro e tira-filho; no Paraná, bico-pato, bico-de-pato, cabiúna; no Estado do Rio de Janeiro, bico-de-pato e maminha-de-porca; no Rio Grande do Sul, bico-de-pato, cauvi, guaximbé e jacarandá-ferro; e no Estado de São Paulo, bico-de-pato,cobi e jacarandá-ferro.
Nomes vulgares no exterior: na Argentina, juquiri-busú-guaçú.Etimologia: o nome genérico Machaerium vem do grego machairion, pequeno cutelo, em alusão à forma do fruto.
Clima
Precipitação pluvial média anual: de 900 mm, em Minas Gerais, a 2.100 mm, na Bahia.
Regime de precipitações: chuvas uniformemente distribuídas na Região Sul (exceto o noroeste do Paraná) e na Região de Ilhéus, na Bahia, e chuvas periódicas nas demais regiões.
Solos
Machaerium nictitans é indiferente às condições físicas de solo.
Tecnologia de Sementes
Colheita e beneficiamento: os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore, quando iniciarem a queda espontânea. Colhidos assim, podem ser diretamente usados para semeadura (como se fossem sementes), uma vez que a abertura e a retirada das sementes é praticamente impossível
Produção de Mudas
Semeadura: os frutos devem ser colocados para germinar logo que colhidos, diretamente em recipientes individuais. Quando necessária, a repicagem pode ser feita 30 dias após o início da germinação.
Germinação: é epígea ou fanerocotiledonar. A emergência ocorre de 10 a 20 dias após a semeadura e a germinação geralmente é baixa. O desenvolvimento das mudas é rápido, ficando prontas para plantio no local definitivo após 5 a6 meses. Associação simbiótica: associa-se comRhyzobium, formando nódulos do tipo aeschynomenoide, com atividade da nitrogenase. Apresenta incidência baixade micorriza arbuscular.
Características Silviculturais
O jacarandá-com-espinho é uma espécie heliófila, que tolera baixas temperaturas.
Hábito: geralmente apresenta tronco curto com bifurcações e brotações basais, tipo multitroncos e inclinação do fuste. Tem desrama natural deficiente, devendo sofrer podas freqüentes eperiódicas, principalmente poda de condução.
Crescimento e Produção
Existem poucos dados sobre o crescimento dessa espécie. O desenvolvimento das plantas no campo é considerado apenas moderado, alcançando 2,5 m aos 2 anos de idade.
Características da Madeira
Massa específica aparente (densidade):madeira densa (0,95 g.cm-3).
Cor: o alburno é amarelado, bem distinto, abundante, compacto e forte, e o cerne é violeta-escuro, com listras escuras, dando um aspecto mosqueado e de forma irregular.
Características gerais: o sabor e o odor são indistintos; de textura fina, veio retilíneo, observando-se o entrelaçamento das fibras.
Produtos e Utilizações
Apícola: planta melífera, com presença de néctar.
Celulose e papel: o jacarandá-com-espinho é uma espécie inadequada para esse uso.
Energia: seu uso mais freqüente é para lenha considerada sua lenha como fraca.
Madeira serrada e roliça: a madeira do jacarandá-com-espinho é usada em andaimes e em construções ligeiras e, quando nova, em cabos de ferramentas.
Medicinal: pelo fato dessa espécie ser chamada de tira-filho em Minas Gerais ,deve-se investigar seu possível uso como abortiva.
Paisagístico: essa espécie fornece ótima sombra e pode ser empregada em arborização urbana e rural.
Plantios com finalidade ambiental: essa espécie é recomendada para restauração de ambientes fluviais ou ripários e para recuperação de áreas degradadas.
Doenças
Nas folhas dessa árvore, foi identificado o fungo Catacoima hammari.
Espécies Afins
Machaerium figura como um dos maiores gêneros arbóreos tropicais de leguminosas. Atualmente, compreende cerca de 130 espécies distribuídas do México à Argentina, com um representante ocorrendo na costa oeste africana. No Brasil, foi constatado o maior número de espécies, quase uma centena,que variam de árvores a plantas escandentes, inermes ou espinescentes.