Madeiras brasileiras e exóticas

Taxonomia e Nomenclatura
Divisão: AngiospermaeClado: Euasterídeas I
Ordem: Gentianales
Família: ApocynaceaeGênero: Rauvolfia]Espécie: Rauvolfia sellowii Muell. Arg.
Publicação: in Mart., Fl. bras. 6(1): 33. 1860.
Nomes vulgares por Unidades da Federação: no Espírito Santo, grãodegato; em Minas Gerais,cascad’anta, cascodeanta e jasmimgraúdo; no Paraná, cascadeanta e paupratudo; e em Santa Catarina, jasmimgraúdo.
Etimologia: o gênero Rauvolfia é dedicado a Leonhart Rauwolf (1535–1596), médico, botânico e coletor alemão de plantas medicinais na Ásia anterior; o epíteto específico sellowii é em homenagem a Friedrich Sellow(1789–1831), botânico alemão que integrou a comitiva de naturalistas que veio ao Brasil acompanhando Dona Leopoldina, noiva de Dom Pedro I.

Clima
Precipitação pluvial média anual: de 1.200 mm, no Espírito Santo, a 2.300 mm, no Paraná e em Santa Catarina.
Regime de precipitações: chuvas uniformemente distribuídas na Região Sul (exceto o noroeste do Paraná) e chuvas periódicas nas demais regiões.

Solos
Rauvolfia sellowii ocorre, naturalmente, em solos úmidos e de fertilidade química alta.

Tecnologia de Sementes
Colheita e beneficiamento: os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore, quando iniciarem a queda espontânea, ou do chão, após a queda. Assim obtidos, eles podem ser semeados diretamente, não havendo necessidade de despolpálos. Entretanto, em caso de armazenamento ou diante da necessidade de enviá los para outros locais, é conveniente proceder se à despolpa. Para isso, deixam se os frutos amontoados por alguns dias para facilitar a remoção da polpa. Logo que a polpa é retirada, os frutos devem ser lavados em água corrente, dentro de uma peneira. Depois, eles são deixados na sombra, para secar .

Produção de Mudas
Semeadura: as sementes devem ser colocadas para germinar diretamente em recipientes individuais, em sacos de polietileno ou em tubetes de polipropileno de tamanho médio.
Germinação: é epígea ou fanerocotiledonar. A emergência tem início de 30 a 50 dias após a semeadura e a taxa de germinação geralmente é superior a 60 %. As mudas adquirem tamanho adequado para plantio a campo, cerca de 6 meses após a semeadura.

Características Silviculturais
Essa espécie é heliófila. Tolera temperaturas moderadamente baixas.
Hábito: é variável, desde crescimento monopodial à ramificação irregular, com bifurcações pesadas. Deve sofrer poda de condução e poda anual dos galhos.

Crescimento e Produção
O crescimento volumétrico da cascad’anta é lento, 3,77 m3.ha1.ano a moderado, podendo atingir uma produção volumétrica de até 18,90 m3.ha1.ano1aos 7 anos de idade, em Rolândia, PR.

Características da Madeira
Massa específica aparente (densidade): amadeira da cascad’anta é leve (0,45 g.cm3).
Cor: o alburno é branco, com cerne escuro falso.
Outras características: a madeira dessa espécie é pouco compacta, fácil de trabalhar e de baixa durabilidade natural.

Produtos e Utilizações
Apícola: espécie melífera, produzindo néctar e pólen.
Celulose e papel: espécie recomendada para fabricação de papel. O comprimento das fibras é de 1,85 mm e o teor de lignina com cinza, de33,84.
Energia: produz lenha de péssima qualidade.
Madeira serrada e roliça: a madeira da cascad’anta pode ser empregada apenas para forros, caixotaria e confecção de brinquedos, e artefatos leves.
Medicinal: na medicina popular, a casca amarga é empregada contra os males do estômago. É também usada para diminuir a pressão sangüínea. Na medicina indígena, a casca do caule é usada por índios de várias etnias, do Paraná e de Santa Catarina, no tratamento do fígado, diarréia, pontada no peito e dor de estômago.
Paisagístico: a árvore é exuberante e frondosa, proporcionando ótima sombra. Pode ser empregada com sucesso no paisagismo em geral, devendo se evitar áreas de grande circulação por causa dos riscos que pode representar devidos à quebra fácil de seus ramos pela ação do vento.
Plantio com finalidade ambiental: essa espécie é importante para plantios mistos destinados à restauração da vegetação de áreas degradadas de preservação permanente.

Espécies Afins
O gênero Rauvolfia L. ocorre em toda a faixa tropical do globo, com cerca de 60 espécies de distribuição pantropical e, especificamente para as Américas, está representado desde o México até o Sul do Brasil, o norte da Argentina e o Paraguai, por 37 espécies. O centro de diversidade do gênero está localizado na América do Sul, onde ocorrem30 espécies, sendo 26 endêmicas e 4 de ampla distribuição. No Brasil, existem cerca de 20espécies