Madeiras brasileiras e exóticas
Tapiá Açu
Taxonomia e Nomenclatura
Divisão: Magnoliophyta (Angiospermae)
Classe: Magnoliopsida (Dicotyledonae)
Ordem: Euphorbiales
Família: Euphorbiaceae
Gênero: Alchornea
Espécie: Alchornea glandulosa Poeppig subsp.iricurana (Casaretto) R. Secco, comb. nov. et stat.nov.
Publicação: in Flora Neotrópica. Monograph93. p. 78, 2004.
Sinonímia botânica: Alchornea iricurana Casaretto; Alchornea iricurana f. genuina Pax; K.Hoffm.; Alchornea iricurana f. villosula Pax; K.Hoffm.
Nomes vulgares por Unidades da Federação: lavaprato e lavapratos, na Bahia; paufolheiro, no Espírito Santo; araribá, em Mato Grosso; boleiro, em Mato Grosso do Sul; amorseco, cascadoce, drago, folhalarga, iricurana,paud’água, sanguededrago, tanheiro, tapiáe urucurana, em Minas Gerais; boleiro, tapiá etapiáguaçu, no Paraná; boleiro, tanheiro e tapiá, no Rio Grande do Sul; iricurana e lavaprato, no Estado do Rio de Janeiro; tanheiro e tanheirodefolharedonda, em Santa Catarina; boleiro, caixeta, caixetapreta, canelaraposa, licurana, mariamole, paudebolo, pombeiro, tamanqueiro,tapiá, tapiábranca e tapiádefolhasredondas,no Estado de São Paulo.
Nomes vulgares no exterior: tapiáguaçu, naArgentina; mora blanca, no Paraguai.
Etimologia: o nome genérico Alchornea foi dado em homenagem a Stanesby Alchorne, boticário inglês (1799 ou 1800); o epíteto específicoiricurana provém do nome popular da planta, de origem tupi
Descrição
Forma biológica: árvore perenifólia. As árvores maiores atingem dimensões próximas de 25 m de altura e 70 cm de DAP (diâmetro à altura do peito, medido a 1,30 m do solo), na idade adulta.
Clima
Precipitação pluvial média anual: de1.100 mm, no Estado do Rio de Janeiro,a 2.700 mm, no Estado de São Paulo.
Regime de precipitações: chuvas uniformemente distribuídas, na Região Sul (excetuando se o norte do Paraná). Uniformemente distribuídas ou periódicas, na faixa costeira do sul da Bahia. Periódicas, nos demais locais.
Solos
O tapiá açu ocorre, naturalmente, em diversos tipos de solos, evitando os muito úmidos ou hidromórficos.
Sementes
Colheita e beneficiamento: os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore, ao iniciarem a abertura espontânea, o que é facilmente notado pela exposição do arilo vermelho vivo que envolve a semente. Em seguida, os frutos devem ser expostos ao sol, para completar a abertura e a liberação das sementes. Não há necessidade deretirarse o arilo da semente, mas apenas deixa lo secar.
Produção de Mudas
Semeadura: deve ser feita em canteiros de prégerminação, para posterior repicagem em saco de polietileno ou em tubetes de polipropileno de tamanho médio. A repicagem deve ser feita quando as mudas alcançarem de 5 a 7 cm dealtura.
Características Silviculturais
O tapiáaçu é uma espécie heliófila, que não tolera baixas temperaturas, quando jovem.
Crescimento e Produção
Há poucos dados de crescimento sobre o tapiá açu em plantios
Características da Madeira
Massa específica aparente (densidade): amadeira do tapiáaçu é leve (0,40 g.cm 3).Cor: o cerne e o alburno são indistintos, apresentando coloração bege clara ou bege rosada.
Características gerais: textura média a grosseira, grã irregular e sem cheiro ou gosto distintos.
Outras características: a madeira dessa espécie é mole, bastante porosa, resistente, pouco elástica, e de baixa durabilidade quando em ambientes externos.
Produtos e Utilizações
Madeira serrada e roliça: a madeira do tapiáaçu tem baixo valor comercial. Contudo, pode ser empregada em carpintaria, para confecção e caixas de embalagens, e tabuado para divisões internas.
Energia: lenha de qualidade razoável.
Celulose e papel: a madeira dessa espécie é adequada para esse uso.
Medicinal: na medicina popular, essa espécie é recomendada no tratamento do reumatismo e da gota.
Plantios em recuperação e restauração ambiental: como planta pioneira e rústica, não pode faltar nos plantios mistos destinados à recomposição de áreas degradadas de preservação permanente. É indicada, também, para restauração de ambientes ripários, onde suporta inundação
Espécies Afins
Alchornea Swartz é um gênero representado por41 espécies tropicais distribuídas desde a Ásia,África, Malásia e Madagascar, até as Antilhas, México (América Central) e América do Sul, sendoamplamente distribuído neste último continente, onde está ausente apenas no Chile e no Uruguai. É, portanto, um gênero disjunto entre o Velho e o Novo Mundo e sua distribuição fornece evidências da ligação florística que teria existido entre as áreas tropicais da África e da América do Sul.