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Madeiras brasileiras e exóticas

Peroba Vermelha

Peroba Vermelha

Taxonomia e Nomenclatura
Divisão: Magnoliophyta (Angiospermae)
Classe: Magnoliopsida (Dicotyledonae)
Ordem: Gentianales
Família: ApocynaceaeGênero: Aspidosperma
Espécie: Aspidosperma olivaceum Müll. Arg.
Publicação: in DC. Prodromus 8: 398. 1844. inMart., Fl. Bras. 6 (1): 57. 1860.
Sinonímia botânica: Aspidosperma pyricollumMüll. Arg.; Aspidosperma argenteum Muell. Arg.
Nomes vulgares por Unidades da Federação: pequiáamarelo e pequiásobre, no EspíritoSanto; canudopereira, guatambi, guatambu,guatambubranco, guatamburosa, pequiá, pereiro, peroba, perobavermelha, tambu e tambumacho, em Minas Gerais; guamixinga, guatambu, guatambuamarelo, guatambubranco,guatambuperoba, guatambuvermelho, perobae perobavermelha, no Paraná; ipequeá, no Estado do Rio de Janeiro; guatambu e peroba, em Santa Catarina; guatambu, guatambuamarelo,guatambubranco, guatambumarfim, guatambumirim, guatamburosa e paucetim, no Estado de São Paulo.
Nomes vulgares no exterior: paloamarillo, na Bolívia; marelinho, no Paraguai; pinshacaspi, noPeru; amarillo, na Venezuela.
Etimologia: o nome genérico Aspidosperma descreve a forma da semente, rodeada por larga asa circular. O termo é formado pela aglutinação de aspis (escudo) e sperma (semente). O epíteto específico parvifoliumsignifica “que tem pequenas flores”.

Descrição
Forma biológica: árvore decídua. As árvores maiores atingem dimensões próximas de 30 m de altura e 90 cm de DAP (diâmetro à altura do peito, medido a 1,30 m do solo), na idade adulta.

Clima
Precipitação pluvial média anual: de 770mm, no Estado do Rio de Janeiro, a 2.500, em Pernambuco.
Regime de precipitações: chuvas uniformemente distribuídas, na Região Sul (excetuando se o norte do Paraná). Chuvas periódicas, nas demais regiões, e chuvas uniformemente distribuídas ou periódicas, na faixa costeira do sul da Bahia e em Pernambuco.

Solos
Tratase de espécie indiferente, ou seja, sem afinidades pronunciadas por condições edáficas especiais, crescendo indiferentemente, tanto no fundo dos vales, na meia encosta, como no alto da mesma.

Nutrição
A adição de superfosfato promoveu o crescimento inicial das plantas, em até 499% para a peroba vermelha, com a dose 60 mg de P (fósforo)/g de solo.

Sementes
Colheita e beneficiamento: os frutos da peroba vermelha dispersam suas sementes quase imediatamente após a modificação da coloração do verde para o castanho claro e devem ser coletados antes da dispersão, para evitar a perda dessas sementes. Após a coleta, os frutos devem ser postos em ambiente ventilado, para a deiscência e extração das sementes.

Produção de Mudas
Semeadura: recomenda se semear em recipientes, sacos de polietileno com dimensões mínimas de 20 cm de altura e 7 cm de diâmetro ou em tubetes de polipropileno grande. Quando necessária, a repicagem pode ser efetuada de 4 a 6semanas após a germinação.

Características Silviculturais
A peroba vermelha é uma espécie heliófila, que tolera baixas temperaturas.

Crescimento e Produção A peroba vermelha apresenta crescimento lento. Contudo, testada no Espírito Santo, apresentou incrementos em DAP e altura razoáveis e incremento médio anual em volume cilíndrico/ha crescente, demonstrando que o espaço não foi totalmente utilizado pela espécie. A mortalidade variou entre 26% e69%.

Características da Madeira
Massa específica aparente (densidade):a madeira da peroba vermelha é moderadamente densa a densa (0,70 a 0,90 g.cm3) .
Cor: o alburno é amarelo claro e o cerne é branco palha amarelado ou amarelo pálido, excepcionalmente com reflexos róseos e frequentemente róseo amarelado.
Características gerais: a superfície é pouco lustrosa e lisa ao tato. Apresenta cheiro indistinto. O sabor é ligeiramente amargo e a textura é muito fina. A grã é direita para irregular.

Produtos e Utilizações
Madeira serrada e roliça: a madeira da peroba vermelha é indicada para confecção de móveis finos, revestimentos e parquetes. Na Região de Luminárias, MG, e na Região Metropolitana de Curitiba, PR, essa espécie é usada na fabricação de cabos de ferramentas ou de utensílios domésticos .
Energia: a lenha dessa espécie é de boa qualidade.
Celulose e papel: Aspidosperma olivaceum é inadequada para esse uso.
Apícola: as flores da peroba vermelha são melíferas e de interesse apícola Medicinal: na medicina popular, a casca da árvore tem aplicações como remédio contra a malária.
Paisagístico: essa espécie pode ser empregada em paisagismo e em arborização de praças e ruas. Em arborização, é utilizada mesmo em cidades de clima frio, como em Curitiba, PR .
Plantios em recuperação e restauração ambiental: essa espécie é recomendada para restauração de ambientes ripários e áreas de preservação permanente.

Pragas e Doenças
A broca que ataca o broto terminal dessa espécie é caracterizada por protuberâncias alongadas na casca, com cerca de 2 cm de largura e de comprimento variável .

Espécies Afins
O gênero Aspidosperma Mart. possui 44 espécies com distribuição neotropical, ocorrendo desde o México (e Ilha de Hispaniola) até a Argentina(exceto o Chile), a maioria ocorrendo no Brasil.

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