Madeiras brasileiras e exóticas
Louro-Freijó
Taxonomia e Nomenclatura
Divisão: Magnoliophyta (Angiospermae)
Classe: Magnoliopsida (Dicotyledonae)
Ordem: LamialesFamília: Boraginaceae
Gênero: CordiaEspécie: Cordia alliodora ChamPublicação: in Linnaea, viii (1833)
Sinonímia botânica: Cerdana alliodora Ruiz;Pavon; Cordia cerdana R.; S.; Cordia cuyabensisManso; Lhotzky ex Cham.; Cordia velutina Mart.
Nomes vulgares por Unidades da Federação: freijó, no Acre; falsolouro e lourinho, em Mato Grosso do Sul; chádebugre, em Minas Gerais; freijóbranco, no Pará.
Nomes vulgares no exterior: picana blanca, na Bolívia; laurel, na Costa Rica; varía colorada, em Cuba; laurel macho, no Equador; bwa soumi, no Haiti; laurel blanco, em Honduras; spanishelm, na Jamaica; solerillo, no México; capá prieto, em Porto Rico; capá de sabana, na República Dominicana; pardillo, na Venezuela. Contudo, o nome mais apreciado é laurel.
Etimologia: o nome genérico Cordia é em homenagem ao médico e botânico alemão EuriciusCordus e seu filho Valerius Cordus. O epíteto específico alliodora é devido ao fato da casca recente e as folhas apresentarem odor de alho.
Descrição
Forma biológica: é árvore decídua, na estação seca, embora em algumas localidades as folhas velhas persistam até o lançamento das folhas novas. As árvores maiores atingem dimensões próximas de 45 m de altura e 100 cm de DAP(diâmetro à altura do peito, medido a 1,30 m do solo), na idade adulta.
Clima
Precipitação pluvial média anual: de 900mm, na Chapada Diamantina, BA, a 2.800 mm, no Pará. Fora do Brasil, essa espécie ocorre em áreas de 750 mm, nas Savanas secas do Haiti, até 5.000 mm, na América
Solos
Cordia alliodora é uma árvore de planícies e de terrenos levemente elevados, que evita encostas íngremes. Essa espécie cresce em solos argilosos profundos, em terrenos arenosos e em solos calcários pedregosos, mas evitando substratos degradados e de água estagnada, assim como solos excessivamente ácidos. A umidade parece ser mais importante do que a elevada fertilidade do solo. Apresenta pH alcalino a neutro e suporta solos ácidos ou periodicamente mal drenados.
Sementes
Colheita e beneficiamento: a unidade disseminadora do louro freijó é o perianto, incluindo o envoltório floral e a semente. É necessário observar o fruto no período de maturação. Os frutos devem ser colhidos quando adquirem a cor castanha. Ao serem coletados, devem ser observados até que os embriões estejam bem formados, secos e brancos. A semente está madura quando o fruto apresenta se firme ao ser comprimido ou quando está entumescido.
Produção de Mudas
Semeadura: em sementeiras, com posterior repicagem em sacos de polietileno de cor preta, de dimensões 20 cm de altura e 7 a 15 cm de diâmetro ou em tubetes de polipropileno, de tamanho médio. As plântulas são repicadas quando atingem altura aproximada de 5 cm.
Características Silviculturais
Na fase juvenil, C. alliodora é uma espécie heliófila a levemente esciófila. Contudo, quando adulta, é fortemente exigente de luz e intolerante a baixas temperaturas.
Melhoramento Genético
Perante uma tão ampla área de ocorrência, é de supor se que, dentro da espécie C. alliodora, coexistam vários ecótipos. Efetivamente, em experimentos de cultivo, as diferentes procedências geográficas revelaram comportamentos nitidamente diferenciados. Por isso, na introdução dessa espécie, será conveniente prestar atenção à procedência apropriada.
Crescimento e Produção
Cordia alliodora é plantada, sobretudo, dentro de sua área de ocorrência natural, notadamente na Costa Rica, na Colômbia, no Equador e no Suriname. Além dessas localidades, é plantada também em Maurício, Nigéria, Serra Leoa e em Vanuatu, numa área de 1.000ha.
Características da Madeira
Massa específica aparente (densidade): amadeira do louro freijó é leve a moderadamente densa (0,31 a 0,70 g.cm3) a 15% de umidade relativa (
Cor: o cerne apresenta coloração caféclaro acafédourado, algo variável, algumas vezes comveias bastante escuras. O alburno é cinzaamarelado.
Características gerais: não apresenta odor característico. O sabor é ligeiramente amargo. A grã é reta, ocasionalmente entrecruzada. A textura é lisa a média. O veteado é pronunciado e o brilho é alto.
Secagem: seca ao ar, com rapidez moderada, apresentando mínimos defeitos com sua estabilidade dimensional excelente. Na secagem convencional (forno), podem ser empregados programas normais para madeiras brandas e de rápida secagem. Trabalhabilidade: madeira fácil de serrar, cepilhar e lixar. O torneado é excelente. É resistente a rachaduras. Pelo torno é deficiente. O acabamento é fino. É de bom comportamento ao engomado e mantém sua forma quando é trabalhada. Toma um bom polimento. Durabilidade natural: essa madeira é considerada como durável à biodeterioração, sendo o cerne muito mais resistente. Geralmente é resistente ao ataque dos termitas da madeira seca, mas não é resistente aos organismos marinhos.
Preservação: o cerne não é receptivo aos tratamentos de preservação. No alburno, a absorção é adequada, mas com uma penetração não tão profunda.
Outras características: Cordia alliodora produz uma madeira bastante apreciada e altamente cotada nos mercados internacionais. Por algumas de suas aplicações, substitui a madeira da teca(Tectona grandis), nogueira (Juglans spp.), mogno (Swietenia spp.) e cedro (Cedrela spp.) quando a cor não é um fator importante. As características macroscópicas e características quantitativas de vasos e fibras da madeira dessa espécie podem ser encontradas em León H
Produtos e Utilizações
Madeira serrada e roliça: nos trópicos americanos, essa valiosa madeira é utilizada extensamente para móveis, marcenaria, construção civil(carpintaria), leve e naval, interiores, assoalho, laminação, compensado, etc. Como outros usos, em outros países, incluem pontes, pisos, carrocerias de caminhões, remos, dormentes e madeiras para bote, chapas e chapas decorativas.
Energia: pode ser usada como lenha.
Celulose e papel: estima se que pode dar bons resultados em polpa e papel.
Alimentação animal: no Pantanal Mato Grossense, a forragem dessa espécie é apreciada por bovinos .
Apícola: as flores do louro freijó são melíferas, ricas em néctar , constituindo se numa boa planta para produção de mel, sendo visitadas, também, por abelhas nativas.
Medicinal: as sementes e as folhas são usadas em medicina caseira
Principais Pragas e Doenças
Pragas: o louro freijó é muito suscetível ao ataque de vários insetos desfolhadores, sendo que as folhas sofrem descoloração e caem prematuras. Apresenta, também, infestação em grau variado nas suas sementes.
Doenças: considera se o fungo Puccinia cordiae como a doença mais nociva, formando cancro, que surge nos galhos jovens laterais e provoca feridas abertas, favorecendo assim a entrada de agentes daninhos secundários. Provavelmente, as diversas procedências apresentam diferentes graus de resistência a esse cancro.
Espécies Afins
O gênero Cordia L. tem aproximadamente 400espécies nas zonas tropicais das Américas.