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Madeiras brasileiras e exóticas

Aipim-Brabo

Aipim-Brabo

Taxonomia e Nomenclatura

De acordo com o Sistema de Classificação de Cronquist, a posição taxonômica de Schefflera angustissimum T obedece à seguinte hierarquia:

Divisão: Magnoliophyta (Angiospermae)
Classe: Magnoliopsida (Dicotyledonae)
Ordem: UmbelalesFamília: Araliaceae
Gênero: ScheffleraEspécie: Schefflera angustissimum (E. Marchal)D. Frodin.
Sinonímia botânica: Didymopanax angustissi-mum Marchal.
Publicação: in Fl. Bras. 11(1):241. 1878Nomes vulgares por Unidades da Federação: mandiocão e morototó, em Minas Gerais; caxeta, mandioqueira, mandioqueiro-amarelo e pau-mandioca, no Paraná; pau-mandioca, em Santa Catarina; mandioqueira e mandioqueiro, no Estado de São Paulo.
Etimologia: o nome genérico Schefflera é em homenagem ao botânico dinamarquês J. Chr.Scheffler.

Descrição

Forma biológica: o aipim-brabo é uma árvore perenifólia. As árvores maiores atingem dimensões próximas de 25 m de altura e 90 cm de DAP(diâmetro à altura do peito, medido a 1,30 m do solo), na idade adulta.
Tronco: é normalmente reto. O fuste chega a medir até13 m de comprimento.
Ramificação: é racemosa, com copa densifoliada.
Casca: com espessura de até 10 mm. A superfície da casca externa é lisa, cinza-esbranquiçada e cicatrizada. A casca interna é esbranquiçada.
Folhas: são digitadas, com 7 a 10 folíolos discolores; os folíolos são oblongos, elípticos ou obovados, glabros na face adaxial, pubescentes na abaxial, medindo 16 cm de comprimento e2,3 a 4,5 cm de largura; o ápice é acuminado e a base é aguda ou cuneada, com margem inteira ondulada, com nervuras secundárias em número de 7 a 12; o pecíolo mede de 10 a 25 cm de comprimento; e o peciólulo mede de 1,5 a 4 cm de comprimento.
Inflorescências: apresentam-se em panículas de umbelas, axilares, medindo de 8 a 35 cm de comprimento por 5 a 6,8 cm de largura. O pedúnculo é glabro, medindo de 3,5 a 7,5 cm de comprimento.
Flores: são monoclinas, com corola amarelo--esverdeada e pedicelo, medindo de 2,5 a 4 mm de comprimento.
Fruto: é uma drupa achatada dorsi-ventralmente, vermelha a vinosa quando madura, medindo cerca de 9,0 mm de comprimento por 1,0 cm de largura.
Semente: cerca de 4,0 mm de comprimento.
Biologia Reprodutiva e Eventos Fenológicos
Sistema sexual: essa espécie é monóica.
Vetor de polinização: essencialmente abelhas e diversos insetos pequenos.
Floração: acontece de janeiro a maio, no Paraná e de maio a dezembro, no Estado de São Paulo.
Frutificação: os frutos amadurecem de junho a outubro, no Estado de São Paulo e de agosto a novembro, no Paraná.
Dispersão de frutos e sementes: a dispersão dessa espécie é zoocórica (realizada por animais),notadamente o macaco-bugio ou guariba – Alou-atta guariba, e aves, principalmente o tucano-de-bico-verde (Ramphastosdicolorus).
Ocorrência Natural Latitude: de 20º 30’ S, em Minas Gerais a 28ºS, em Santa Catarina.
Variação altitudinal: de 10 m, no Paraná e em Santa Catarina, a 1.630 m de altitude, no Estado de São Paulo.
Essa espécie é também encontrada em solos bem drenados e no alto dos morros.

Sementes

Colheita e beneficiamento: os frutos do aipim-brabo devem ser coletados quando mudam de coloração, passando do verde ao vermelho-vinoso. Os frutos devem ser lavados e macerado sem peneira fina. Em seguida, devem ser secados.
Número de sementes por quilo: 114.285.
Tratamento pré-germinativo: a semente dessa espécie apresenta tegumento impermeável. Recomenda-se imersão em ácido sulfúrico concentrado por 5 minutos.
Longevidade e armazenamento: as sementes dessa espécie têm comportamento recalcitrante em relação ao armazenamento e mantêm a viabilidade por 6 meses em ambiente com temperatura e umidade relativa do ar variáveis.

Produção de Mudas

Semeadura: recomenda-se semear as sementes do aipim-brabo em sementeiras e depois fazer e picagem em sacos de polietileno ou tubetes de polipropileno de tamanho médio.
Germinação: é epígea ou fanerocotiledonar. Nas emeadura com sementes tratadas, a emergência inicia 45 dias após a semeadura; com sementes não-tratadas, a emergência tem início 9 semanas após a semeadura. O poder germinativo é baixo(10% a 40%). As mudas atingem porte adequado para plantio aos 8 meses, após a semeadura.
Cuidados especiais: as mudas com raiz nua dificilmente suportam transplantação.

Características Silviculturais

O aipim-brabo é uma espécie heliófila na fase adulta. Provavelmente, essa espécie necessita de menor luminosidade no início do seu desenvolvimento, podendo ser considerada uma espécie umbrófila na fase juvenil. Essa espécie é tolerante a baixas temperaturas.
Hábito: apresenta forma de fuste variável, com ocorrência de bifurcações. Uma característica importante dessa espécie é a ausência de ramos lenhosos nos estágios iniciais de desenvolvimento, sendo as folhas unidas diretamente ao tronco, através dos pecíolos.
Schefflera angustissimum apresenta desrama natural satisfatória. Em árvores bifurcadas, recomenda-se poda de condução.
Métodos de regeneração: recomenda-se plantio misto associado com espécies pioneiras em vegetação matricial arbórea, em faixas abertas em capoeira e em capoeirões. Essa espécie brotada touça ou de tocos.

Crescimento e Produção

Existem poucos dados em plantios sobre o aipim-brabo.

Características da Madeira

Massa específica aparente (densidade): amadeira do aipim-brabo é leve a moderadamente densa - 0,45 a 0,65 g.cm-3.
Cor: o cerne e o alburno não são diferenciados. Ambos são de coloração branco-encardido ou branco-acinzentado, uniforme.
Características gerais: a superfície é lisa ao tato e lustrosa; a textura é média; grã direita; sem gosto nem cheiro distintos.
Outras características: caracteres anatômicos da madeira dessa espécie podem ser encontrado sem PINHO.

Produtos e Utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira dessa espécie é indicada para caixotaria, embalagens, fabricação de contraplacados, marcenaria, miolo de portas, molduras, guarnições, obras internas e palitos de fósforo.
Energia: geralmente, a madeira dessa espécie não é usada como lenha. Ela apresenta baixo poder calorífico. Essa espécie ocorre até no Ceará.
Celulose e papel: essa espécie é adequada para celulose e papel. O comprimento das fibras é de 1,85 mm; lignina com cinza de 33,84%.
Paisagístico: a árvore é extremamente elegante, por causa de suas folhas vistosas e de sua forma reta, podendo ser empregada em paisagismo, principalmente na arborização de praças e de grandes avenidas.
Plantios em recuperação e restauração ambiental: em ambiente ripário, seu plantio é recomendado para locais sem inundação. Nos programas de recuperação de matas degradadas, sugere-se a introdução dessa espécie nas fases de clareira e fechamento de dossel.


Espécies Afins

Schefflera angustissimum se diferencia de S. morototonii, por apresentar porte menor, com folíolos sensivelmente menores e mais estreitos.

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