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Madeiras brasileiras e exóticas

Angico-Gurucaia

Taxonomia e Nomenclatura
De acordo com o Sistema de Classificação de Cronquist, a taxonomia de Parapiptadenia rígida obedece à seguinte hierarquia:
Divisão: Magnoliophyta (Angiospermae)
Classe: Magnoliopsida (Dicotiledonae)
Ordem: FabalesFamília: Mimosaceae (Leguminosae:Mimosoideae)
Espécie: Parapiptadenia rigida (Bentham) Brenan;Kew Bull. 17: 228, 1963.Sinonímia botânica: Acacia angico Martius;Piptadenia rigida Bentham; Piptadenia rigida var.grandis Lindman


Nomes vulgares no Brasil: angelim-amarelo, na Bahia e em Santa Catarina; angico, na Bahia, no Paraná, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Estado de São Paulo; angico-amarelo, no Estado do Rio de Janeiro; angico-branco, em Minas Gerais e no Estado de São Paulo; angico-cambi, corocaia, frango-assado, gorucaia, gurocaia e monjoleiro, no Paraná; angico-cedro; angico-fava eangico-verdadeiro, na Bahia; angico-ferro ecambuí, no Estado do Rio de Janeiro; angico-preto, em Minas Gerais e no Estado de São Paulo; angico-da-mata e angico-do-mato, no Estado de São Paulo; angico-rosa; angico-roxo, no Rio Grande do Sul; angico-sujo, angico-do-banhado e angico-dos-montes, em Santa Catarina; angico-vermelho, na Bahia, em Mato Grosso do Sul, no Paraná, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Estado de São Paulo; angico-de-curtume, em Minas Gerais e no Estado de São Paulo; angico-do-campo; brincos-de-sagüi; brincos-de-sauí; curupaí; gorocaia; guaiçara,em Mato Grosso do Sul; guarucáa; guarucaia, no Paraná e no Estado de São Paulo; e paricá.

Nomes vulgares no exterior: anchico, no Uruguai, anchico colorado e curupay-rá,na Argentina, kari kara, na Bolívia, kurupay’ra,no Paraguai.Etimologia: Parapiptadenia vem do grego pará(semelhante) e o gênero Piptadenia Benth., por ser semelhante ou próximo a este gênero das Mimosáceas; o termo rigida vem do latim rigidus(rijo, duro), provável alusão à dureza do lenho(Burkart, 1979).110Em tupi-guarani é conhecido como angicó-caá,que significa “árvore-para-a-doença-da-alma”(Longhi, 1995).

Clima
Precipitação pluvial média anual: desde1.000 mm em Mato Grosso do Sul e no Estado de São Paulo, a 2.300 mm em Santa Catarina. Regime de precipitações:
chuvas uniformemente distribuídas, na Região Sul(excluindo-se o norte e o noroeste do Paraná),e periódicas, com chuvas concentradas no verão, na Região Sudeste e em Mato Grosso do Sul. Deficiência hídrica: no Brasil: nula, sem estação seca definida, na Região Sul; pequena, no inverno, no Planalto Norte do Paraná e na Serrado extremo sul de Mato Grosso do Sul; e moderada, no inverno, no oeste do Estado de São Paulo, no norte do Paraná e de Mato Grosso, com estação seca de até 3 meses. Na Argentina, o período seco prolonga-se por até 9 meses(Arboles..., 1978).Temperatura média anual:15,5ºC (Caçador,SC) a 25ºC (Corumbá, MS).Temperatura média do mês mais frio: 10,7ºC(Caçador, SC) a 21,1ºC (Corumbá, MS).Temperatura média do mês mais quente:20ºC (Caçador, SC) a 27,2ºC (Corumbá, MS).Temperatura mínima absoluta: -11,6ºC(Xanxerê, SC). Na relva, a temperatura mínima absoluta pode chegar até -15ºC.Número de geadas por ano: médio de 0 a 30;máximo absoluto de 57 geadas, na Região Sul.Tipos climáticos (Koeppen):tropical (Af) e(Am) (mais raro); subtropical úmido (Cfa);temperado úmido (Cfb) (predominante) e subtropical de altitude (Cwa e Cwb).

Solos
Parapiptadenia rigida ocorre naturalmente em vários tipos de solos. Essa espécie cresce tanto em solos úmidos como em secos, sendo mais abundante em solos bem drenados; adapta-se bem a solos rasos, principalmente os derivados de basalto, sendo freqüente nas encostas dos vales(Embrapa, 1988).Em plantios experimentais, tem crescido melhorem solos com propriedades físicas adequadas, como de boa fertilidade química, bem drenados e com textura que varia de franca a argilosa. Deve-se evitar seu plantio nos solos excessivamente úmidos e de baixa fertilidade química.

Sementes
Colheita e beneficiamento: os frutos são colhidos diretamente na árvore, quando mudam da coloração verde para marrom e iniciam a deiscência. Após a colheita, são colocados ao sol, para que se abram. A semente é facilmente extraída da vagem e secada na sombra. Um quilo de frutos tem aproximadamente 143 g de sementes(Longhi, 1995). Número de sementes por quilo: 20 mil(Durigan et al., 1997) a 47 mil (Maixner &Ferreira, 1976) no Brasil. Na Argentina, entre36.100 (Eibl et al., 1994) a 50 mil(Castiglioni, 1975).Relação peso de sementes por peso de frutos: 14,3% a 15,9% (Mello, 1984).Tratamento para superação da dormência: não é necessário, uma vez que as sementes dessa espécie não apresentam dormência Longevidade e armazenamento: as sementes do angico-gurucaia apresentam comportamento recalcitrante em relação ao armazenamento(Eibl et al., 1994). O período em que as sementesdessa espécie se mantêm viáveis após a coleta dificulta sua utilização. A perda da viabilidade ocorre em 60 dias(Marchetti, 1984), 90 dias (Ramos, 1981) ou120 dias (Figliolia et al., 1986/1988) quando as sementes são estocadas em ambientes não controlados. Sementes com faculdade germinativa inicial de97%, acondicionadas em sacos de papel kraft, armazenadas em câmara seca à temperatura ambiente, com umidade relativa de 50%,apresentaram, aos 29 meses, germinação média de 46,5% (Amaral et al., 1988).Em outro teste, as sementes com germinação inicial de 100%, armazenadas em câmara fria(4ºC e 96% de UR) em saco de plástico, apresentaram, após 12 meses, germinação de90% (Ramos & Bianchetti, 1984).Fowler & Carpanezzi (1998) preconizam que as sementes dessa espécie podem ser armazenadas por 12 meses em câmara fria e embalagem de polietileno, com a manutenção de 56% do poder germinativo inicial. As sementes podem ser secadas em estufa a 42ºCaté 8,7% do teor de umidade, sem grandes perdas no poder germinativo (Ramos, 1981a).Sementes de angico-gurucaia com faculdade germinativa inicial de 64%, liofilizadas a 4% de umidade, acondicionadas em vidros fechados113envoltos em papel-alumínio e armazenadas em condições normais, apresentaram germinação de45% após 420 dias, enquanto as não-liofilizadas apresentam 0% (Figliolia et al., 1986/1988).Germinação em laboratório: as melhores temperaturas para germinação são 20ºC a 25ºC eos melhores substratos são: areia, vermiculita nº 3,papel-toalha e papéis mata-borrão verde e branco(Ramos & Bianchetti, 1984; Ramos et al., 1995).

Produção de Mudas
Semeadura: recomenda-se semear duas sementes em sacos de polietileno com dimensão mínima de20 cm de altura e 7 cm de diâmetro, ou em tubetes de polipropileno de tamanho médio, entre0,5 a 1 cm de profundidade (Dias et al., 1980;Marchetti, 1984).A repicagem deve ser efetuada entre 1 a2 semanas após a germinação, ou quando as plântulas atingirem 3 a 4 cm de altura (Alcalayet al., 1988). Durigan et al. (1997) mencionam que as plântulas dessa espécie não reagem bem à repicagem. Desde tenra idade, a muda apresenta raiz pivotante acentuada, em relação às secundárias ou laterais. Germinação: epígea, com início entre 3 e 40 dias após a semeadura. O poder germinativo é alto(até 100%); média de 70%. As mudas atingem porte adequado para plantio, cerca de 5 meses após a semeadura. Mudas superiores a 40 cm de altura são de difícil pegamento no campo. Segundo Durigan et al. (1997), as mudas ficam prontas em cerca de 6 meses e não devem ser mantidas muito tempo em viveiro, pois a mortalidade de mudas grandes costuma ser alta. Cuidados especiais: em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, recomenda-se o uso de mudas em raiz nua, para o plantio (Amaral & Araldi, 1979).É recomendado o uso de serragem e sepilho para proteção de canteiros de semeadura (Ramos,1981; Ramos et al., 1983).Associação simbiótica: as raízes deangico-gurucaia associam-se com Rhizobium, formando nódulos coralóides e com atividade danitrogenase (Faria et al., 1984); aparenta ser espécie promíscua (Carvalho & Carpanezzi, 1982).Recomenda-se espalhar no viveiro, um pouco de terra retirada sob angicos velhos, para inoculação.

Características Silviculturais
O angico-gurucaia é uma espécie semi-heliófila(Ortega, 1995); tolerante a baixas temperaturas. Árvores adultas na floresta nativa suportam temperatura mínima absoluta de até -11ºC.Hábito: a espécie apresenta ramificação precoce e inclinação inicial da planta que torna-se menos acentuada com o passar dos anos, havendo gradativo endireitamento do caule. Aconselha-se, na fase inicial do plantio, colocar um tutor, geralmente taquara de 2 m de altura, para a muda ficar ereta. Sem essa proteção, a planta fica quase acamada no solo. Não apresenta desrama natural; necessita de poda de condução e dos galhos, freqüente e periódica. A desrama pode ser feita a partir de 2 anos deidade (poda verde).Métodos de regeneração: o angico-gurucaiapode ser plantado a pleno sol, em plantio puro, por mudas ou por semeadura direta no local definitivo de plantio. Para corrigir a tortuosidade do fuste (característica dessa espécie) que tem tendência a entortar-se e a ramificar-se, aconselha-se usar espaçamento inicial apertado (exemplo: 3 x 0,7 m) composterior raleio; plantio misto com acácia-negra(Acacia mearnsii), bem-sucedido, no Rio Grande do Sul (Lazzari & Mattos, 1980), e plantio em linha em faixas abertas na direção Norte — Sul,em povoamentos densos espontâneos de Leucaenaleucocephala (Zelazowski & Lopes, 1993).A capacidade de rebrota dessa espécie é fraca ou inexistente. Sistemas agroflorestais: espécie recomendada para sistema silviagrícola, para sombreamento de pastagens, por apresentar copa ampla.

Crescimento e Produção
Os plantios de angico-gurucaia têm boa aceitação em programas de fomento. Entretanto, esses plantios apresentam grande heterogeneidade em altura, diâmetro e forma (Embrapa, 1986; 1988).O crescimento dessa espécie varia de lento a moderado (Tabela 11).A produtividade volumétrica máxima registrada é13,40 m3.ha -1 .ano -1 , aos 12 anos. O baixo crescimento observado em Chapecó, SC, deveu-se às geadas fortes verificadas nos 2 anos doexperimento.114

Características da Madeira
Massa específica aparente: a madeira do angico-gurucaia é densa (0,75 a 1,00 g.cm-3), a15% de umidade (Pereira & Mainieri, 1957;Celulosa Argentina, 1973; Mainieri & Chimelo,1989; Jankowsky et al., 1990).Massa específica básica: 0,54 a 0,69 g.cm-3(Silva et al., 1982).Cor: o alburno é de coloração branco-amarelada e o cerne castanho ou castanho-amarelo, escurecendo para o castanho-avermelhado. Características gerais: superfície irregularmente lustrosa; textura média a grosseira; grã direita a irregular. Cheiro imperceptível e gosto levemente adstringente. Durabilidade natural: madeira de alta durabilidade, em condições favoráveis ao apodrecimento. É considerada madeira imune ou muito resistente ao cupim. Em solos muito úmidos, ocorre uma deterioração prematura da madeira, a partir do centro. Preservação: madeira com baixa permeabilidade às soluções preservantes. Secagem: lenta e difícil, passível de empenamentos e rachaduras. Trabalhabilidade: média a difícil, em todas as operações com máquinas.

Outras Características
• Entre as espécies de madeira semelhantes ao angico-gurucaia, mencionam-se Calophyllumbrasiliense (ver Guanandi);Lecythis pisonis, conhecida por sapucaia ePterodon pubescens, conhecida por faveiro (Tortorelli, 1956).115• A descrição anatômica da madeira dessa espécie pode ser encontrada em Prates (1990)e em Gartland et al. (1995).

Produtos e Utilizações
Madeira serrada e roliça: a madeira doangico-gurucaia, por ser de durabilidade natural alta e resistência mecânica e retratibilidade médias, é indicada para construção rural e civil, em peças como vigas, caibros, ripas, marcos deportas, janelas, tacos e tábuas para assoalhos e caixilharia.É indicada ainda para carpintaria em geral, carroçarias, parquetes, vigamentos de pontes, bolas de boliche; dormentes, mourões, estacas, esteios, chapas compensadas, postes e peças torneadas. Energia: lenha e carvão, considerados de muito boa qualidade. A madeira dessa espécie é muito difícil de rachar com machado. Poder calorífico da madeira de 5.324 kcal/kg (Silva et al., 1983);lignina com cinzas de 32,24% (Wasjutin, 1958).Celulose e papel: espécie inadequada para este uso. Goma: quando novo, o angico-gurucaia apresenta uma goma amarelada vinda da casca, que pode substituir a goma arábica. A casca é rica em goma-resina. Saponinas: pouca presença na casca e presença intensa no lenho (Sakita & Vallilo, 1990).Substâncias tanantes: pouca presença de tanino na casca e presença intensa no lenho(Sakita & Vallilo, 1990). No Paraguai, reporta-se à casca contendo 6% a 20% de tanino (Lopez et al.,1987).Forrageiro: a forragem do angico-gurucaia apresenta 18,9% de proteína bruta e 9,3%de tanino (Leme et al., 1994), muito apreciada pelo gado nelore. Medicinal: na medicina popular, o chá da casca é empregado como tônico amargo e depurativo,no tratamento de disenterias. O chá é usado também no combate ao raquitismo, inapetência, debilidade, etc. Como hemostático é usado nas hemorragias uterinas, como nas dismenorréias e hemorragias em geral. Externamente, o decoto é usado no tratamento da leucorréia (corrimento vaginal) e da blenorragia(gonorréia) e indicado também para lavagens vaginais (Körbes, 1995).A tintura da casca é indicada no tratamento de reumatismo, contusões, golpes (ferimento ou pancada com instrumento cortante ou contundente), pois fortalece os ossos. A tintura é usada também no tratamento da sinusite e da tosse (Franco, 1997).A goma é emoliente e peitoral, sendo empregada nas afecções bronco-pulmonares e catarrais, e na desobstrução das vias respiratórias, como calmante da tosse e da asma, facilitando a expectoração. É muito usada em forma de xarope, de sabor agradável. Dissolvendo-se a goma em água morna ou em infusão de flores de malva, e adoçando-se este preparado com mel ou açúcar, obtém-se um remédio útil na cura de bronquites (Reitz, 1950).Paisagístico: espécie usada em arborização de ruas em várias cidades brasileiras, entre as quais, Curitiba, PR (Roderjan, 1989), Foz do Iguaçu, PR(Costa & Kaminski, 1990) e Santa Maria, RS(Santos & Teixeira, 1990), possuindo características ornamentais que a recomendam  para o paisagismo em geral (Lorenzi, 1992), bem como arborização de rodovias, praças e parques. Reflorestamento para recuperação ambiental: o angico-gurucaia é recomendado para restauração de mata ciliar em locais com ausência de inundação ou com inundações periódicas de rápida duração (Ferreira, 1983;Salvador, 1987; Durigan & Nogueira, 1990), e ainda na recuperação de áreas degradadas (Souto,1984).Nos plantios, apresenta boa deposição de folhedo, que dificulta o aparecimento de vegetação invasora e da biodiversidade, devendo-se investigar possível efeito alelopático. Essa espécie não apresenta restrições no uso da água do solo no decorrer do inverno, assinalando mesmo sua maior média de consumo nesse período. Seu maior consumo foi na primavera (Mello, 1961).

Principais Pragas e Doenças
Pragas: entre as pragas, destacam-se:• Caruncho (Merobruchus sp.) Coleoptera:Bruchidae, infestando frutos e sementes, com variação das sementes destruídas de 1% a 24%(Link et al., 1988).• Os serradores cerambicídeos: Oncideres sagasaga e Oncideres impluviata com danos leves(Link et al., 1984) e Oncideres gutturator, com danos de grau variável (Insectos..., 1990).Doenças: como doenças, cita-se odamping-off,doença fúngica que ataca o colo da planta, levando-a à morte, na fase de viveiro. Quando em maciços quase puros, é muitas vez esatacada por fungos e brocas-de-raiz, o que provoca a morte em reboleiras, sobrando poucos exemplares ou exemplares ocos.116

Espécies Afins
Além de Parapiptadenia rigida, ocorrem maisquatro espécies do gênero Parapiptadenia Brenan,na parte tropical da América do Sul:• Parapiptadenia pterosperma (Benth.) Brenan; conhecido por angico-de-flor-roxa, como corrência na Bahia, no Espírito Santo e no Estado do Rio de Janeiro, na Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica).• Parapiptadenia zehntneri (Harms) M.P. Lima &Lima; com ocorrência na Bahia (Lewis, 1987)e em Pernambuco (Pereira et al., 1993).• Parapiptadenia blanchetii (Benth.) Vaz &M. P. Lima; com ocorrência na Bahia.• Somente Parapiptadenia excelsa Burkart nãoocorre no Brasil. Parapiptadenia rigida é bem distinta das demais espécies brasileiras e caracteriza-se, principalmente, pelas flores amarelo-esverdeadas epelos folíolos linear-falcados com nervura principal submarginal (Lima & Lima, 1984).As espécies deParapiptadenia são muito afins dasde Piptadenia, mas diferenciam-se pelas semente saladas, planas, com testa muito tênue não marcada por pleurograma (Lima, 1985).Segundo Rizzini (1971) semelhante em geral àParapiptadenia rigida é Piptadenia gonoacantha(ver Pau-Jacaré), da qual separa-se pelos frutose pela casca.

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