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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°67 - OUTUBRO DE 2002

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Estudo avalia resistência de madeira a cupins

Uma pesquisa avaliou a resistência natural das espécies algaroba, angico, cássia, craibeira, cumaru, pau-d’arco e o pereiro a cupins subterrâneos em ensaios de preferência alimentar. A resistência das madeiras foi correlacionada com teor de substâncias extraídos em água quente. As amostras das espécies foram submetidas por 50 dias, à ação de cupins do gênero Nasutitermes. A resistência natural das madeiras angico, cássia, pau-d’arco e pereiro não foi afetada pela posição na direção medula-casca. A concentração de extrativos solúveis em água quente, exceto para aroeira e braúna, não apresentou boa correlação com a resistência natural das madeiras ensaiadas, uma vez que as madeiras mais resistentes (pau-d’arco e pereiro) não estão entre as mais ricas em extrativos.

Com exceção do angico, cássia, pau d’arco e pereiro, a resistência da madeira foi dependente da posição do tronco. Para a craibeira e algaroba, a madeira de alburno foi a mais resistente que a do cerne interno, contrariando o citado por vários autores, que afirmam ser a madeira de alburno menos resistente ao ataque de xilógafos, quando comparada a do cerne.

O estudo salienta que estas madeiras, mesmo que tratadas com produto químico, com a finalidade de aumentar sua resistência, tendem a permanecer vulneráveis ao ataque de cupins, pois os produtos empregados para o tratamento podem não atingir as partes mais internas da madeira.

A madeira de pereiro foi a mais resistente ao ataque de cupins. O cerne das madeireiras de braúna, aroeira e pau-d’arco, também foi resistente ao ataque das pragas. As madeiras de angico, cássia e cumaru, apresentaram uma menor vida em serviço, quando comparadas às demais citadas.

Não foi observada uma boa correlação entre a resistência natural e a massa específica das madeiras. Comportamento semelhante também foi observado entre a quantidade de substâncias extraídas em água quente, exceto para as madeiras de braúna e aroeira, cujas posições mais resistentes foram as que apresentaram um maior teor de extrativos.

Na pesquisa ficou comprovado que as espécies de braúna e cumaru (alburno) e de caribeira e algaroba foram, respectivamente, as mais deterioradas pelos cupins. As madeiras menos atacadas foram pereiro, aroeira (cerne), paud’arco e angico, respectivamente. A madeira de braúna apresentou cerne resistente ao ataque , com perda de massa comparável à das madeiras menos atacadas, porém, sua madeira de alburno foi a mais perecível entre as testadas. As madeiras de cássia, cumaru (cerne) e aroeira (alburno) apresentaram comportamento intermediário entre as madeiras mais resistentes e as menos resistentes.

Nas madeiras de algaroba e craibeira, observou-se que a madeira proveniente do alburno foi a menos atacada pelos cupins do que a oriunda do cerne. Isto é contraditório ao citado por vários autores, que afirmam ser a madeira de cerne mais resistente a organismos xilófagos do que a madeira proveniente do alburno. Uma outra pesquisa realizada em 2000, que testou cinco espécies de eucalipto, mostrou que o E. saligna e o E. urophylla sofreram um maior ataque de cupins nas regiões mais internas do tronco.

As espécies de algaroba e craibeira, mesmo que fossem submetidas a um tratamento preservativo, poderiam ser atacadas por térmitas, pois o cerne, por ser impermeável, não recebe uma quantidade de preservativo suficiente para garantir um bom desempenho das peças em serviço.

Com relação ao desgaste sofrido, notou-se que a madeira de pereiro foi a única que recebeu nota 10 para todas as posições na direção medula-casca no tronco, o que classifica como altamente resistente ao ataque de cupins.

As madeiras que sofreram maior desgaste foram a braúna (alburno) e craibeira, cujas amostras sofreram ataque intenso, e a algaroba onde o ataque variou de moderado a intenso.