A árvore só pode ser cultivada em áreas tropicais mas possui grande demanda, principalmente no continente europeu, superando os preços do mogno
A madeira Teca é usada principalmente na fabricação de esquadrias, devido a sua forte resistência à exposição ao tempo. Também é consumida na produção de móveis, embarcações e decorações. Planta rústica, de rápido crescimento e muito resistente ao fogo, a pragas e a doenças, a árvore tem forte potencial exportador, sobretudo nos países europeus. A tora de desbaste, com diâmetros entre 15 e 20 centímetros, pode ser comercializada no exterior a preços que variam de US$ 700 e US$ 1.200 ao m³. A Teca destaca-se ao frente ao mogno e outras espécies nativas pela rusticidade e rápido crescimento em altura.
Na lista das espécies requisitadas pelo mercado internacional, a Teca, Tectona grandis é nativa das florestas tropicais do Sudeste Asiático. Sua área de ocorrência natural é ampla, estendendo-se entre os paralelos de 09ºN e 25ºN, compreendendo regiões situadas desde o nível do mar até 1.000 metros de altitude, sujeitas a precipitações anuais entre 500 e 5.000 mm e a temperaturas entre a mínima de 2º C e a máxima de 48ºC.
É árvore de grande porte, podendo alcançar 2,50 metros de diâmetro e 50 metros de altura. Seu tronco é habitualmente retilíneo, de seção circular e reduzida conicidade. A casca é gretada e de cor cinza ou marrom, mede cerca de 15 mm e é considerada termo-isolante, com resistência ao fogo.
As folhas, de inserção oposta, podem alcançar 60x80 cm e as flores de cor creme, são pequenas, numerosas e encontram-se reunidas em inflorescências do tipo panícula (forma piramidal). A floração é intensa e inicia cerca de um mês após as primeiras chuvas, estendendo-se por mais de 60 dias. O fruto é uma drupa, mede de 1 a 2 cm de diâmetro e pode conter até quatro sementes.
A Teca é uma espécie que ocupa com velocidade as clareiras abertas na floresta, é também uma planta heliófita (exige plena exposição à luz solar), não tolerando qualquer forma de sombreamento. Seu crescimento inicial em altura é muito rápido, chegando aos três metros no primeiro ano e aos cinco metros, ou mais, no segundo, o que torna a espécie muito viável comercialmente.
Qualidade
A madeira da Teca é procurada no mercado internacional, por suas características, como o peso de cerca de 650 quilos por metro cúbico, situando-se entre o cedro e o mogno. Possui boa resistência em relação ao peso, quanto à tração, flexão e outros esforços mecânicos é semelhante ao mogno brasileiro. Para a produção de móveis, especialmente cadeiras, que necessitam de constante deslocamento, a espécie apresenta resistência e ao mesmo tempo leveza.
É uma madeira estável, praticamente não empena e pouco se contrai durante a secagem, além de resistir às variações na umidade do ambiente. Trata-se de uma propriedade essencial no caso de portas, janelas e gavetas, permitindo que abram, fechem e corram sem dificuldades.
A Teca é durável, pois seu cerne não é atacado por cupins, carunchos ou outros insetos. É imune à ação dos fungos apodrecedores de madeira, podendo ser enterrada, exposta ao tempo ou à água do mar, sem sofrer danos. A durabilidade do cerne deve-se a “tectoquinona”, um preservativo natural contido nas células da madeira. Na Europa é bastante comum o uso de bancos e outros móveis de jardim produzidos em Teca, expostos ao tempo, sem a proteção de óleo, tinta ou verniz. Neste caso, a madeira adquire coloração acinzentada com o tempo.
O alburno (parte periférica da madeira do tronco) oferece todas as boas propriedades do cerne, exceto a durabilidade. Mas pode ser utilizado sem restrição em obras internas, para empregá-lo em exposição ao tempo ou enterrado, é recomendável impregná-lo com um produto preservativo. A impregnação não oferece maior dificuldade, pois o alburno é permeável. A viabilidade de seu uso aumenta o aproveitamento da madeira de reflorestamento.
Tanto o alburno, como o cerne, contêm outra substância, denominada “caucho”, uma espécie de látex que reduz a absorção de água e lubrifica as superfícies, reduzindo a abrasão. Outra característica é a resistência a ácidos e a proteção do ferro – pregos e parafuso da corrosão.
De textura média e superfície lustrosa, a madeira da Teca pode ser serrada, aplainada, lixada e furada sem dificuldade. Ela apresenta baixo índice de rachaduras e permite acabamento esmerado. Apesar de ser oleosa não apresenta dificuldades na colagem.
O cerne recém cortado é esverdeado, alterando para amarelo-dourado ou marron quando exposto à luz e ao ar. Pode apresentar veios escuros, de efeito decorativo e o alburno é de cor branco-amarelada. Os anéis de crescimento são visíveis.
Múltiplos usos
No mercado internacional é usada para a confecção de móveis finos, inclusive para jardim, esquadrias, pisos, bancadas para laboratório, moldes industriais, dornas e tanques para produtos químicos, em construção naval e decoração interior e exterior, bem como painéis de lâminas faqueadas e lambris.
Nos países onde é nativa ou florestada seu uso inclui o emprego generalizado da madeira de pequeno diâmetro dos desbastes e do alburno. Painéis de sarrafos colados, contendo madeira de cerne e de alburno, são utilizados na fabricação de móveis, portas, na decoração interna e na produção dos mais variados artigos.A madeira de pequeno diâmetro dos desbastes, na forma roliça ou simplesmente serrada, tem amplo uso na edificação de construções rústicas, seja como vigamento, esteio ou madeiramento do telhado.
O cerne é tão durável quanto o da aroeira, por isso é empregado no meio rural como poste, moirão esticador, vara de curral e outros. Postes de Teca, incluindo alburno tratado com preservativo, encontram boa colocação na transmissão de energia elétrica, por serem leves, resistentes e duráveis.
Preços
A madeira de Teca, no exterior é mais valorizada do que o mogno. Segundo a OIMT - Organização Internacional de Madeiras Tropicais, o preço médio de venda em leilão para toras de Teca de Mianmar, com diâmetro de 48 centímetros e 4ª classe de qualidade, alcançou US$ 1.868,00 por metro cúbico em novembro de 1999. A título de comparação, informa-se que o preço de mercado para toras de mogno com diâmetro equivalente não chega a US$ 500,00 por metro cúbico.
Mesmo as toras de Teca de menor diâmetro, colhidos no desbaste, encontram bom preço e aceitação no mercado externo. Empresas brasileiras exportam toras do desbaste de suas plantações, com diâmetros médios entre 15 e 20 centímetros, por US$ 185,00/m³. Têm vendido também lotes de toras de maior diâmetro e de melhor qualidade a preços de até US$ 850,00/m³.
Existe um amplo mercado para madeira serrada de pequenas dimensões, denominadas sarrafos ultra-curtos, com comprimentos entre 25 e 75 centímetros e curtos, medindo entre 90 e 165 cm e preços maiores que aqueles conferidos à madeira de mogno de dimensões normais. A média dos preços de sarrafos serrados de Teca, com larguras de 5 a 10 cm e comprimentos a partir de 30 cm, por preços que variam entre US$ 700,00 e US$ 1.200,00 ao metro cúbico. A existência desse mercado permite uma boa utilização da madeira dos desbastes, antecipando a receita do reflorestamento.
Ao longo das últimas décadas a procura tem sido maior que a oferta, determinando continuada valorização no preço desta madeira. Segundo informações da imprensa internacional, a madeira serrada valorizou entre 7,62% e 12.67% ao ano, em dólares norte-americanos, no período 1967/1986. Na Holanda, a valorização média da madeira serrada da espécie no período 1979/1992, foi de 8,78% ao ano.
Mercado
A produção mundial é estimada em três milhões de metros cúbicos. Os maiores produtores são Indonésia, Mianmar e Sri Lanka. A maior parcela da madeira é consumida pelo mercado interno dos países produtores.
Aproximadamente 500 mil m3 são comercializados no mercado internacional. Entre os importadores destacam-se: Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Dinamarca, Emirados Árabes, Estados Unidos, Holanda, Itália, Japão e Reino Unido. Hong Kong e Cingapura são importantes centros de manufatura e reexportação da Teca originária de Mianmar. Índia e Tailândia, que até recentemente eram exportadores e passaram a importá-la. O consumo nesses dois países é grande e a perspectiva para a colocação da madeira de pequeno diâmetro dos desbastes, seja em toras ou serrada.
A procura por esta madeira deverá ampliar-se devido aos seguintes motivos: o aumento do consumo, decorrente da elevação do padrão de vida nos países do sudeste Asiático, onde o seu uso é tradição arraigada; a disponibilidade decrescente das outras madeiras tropicais de qualidade, todas elas originárias da exploração da floresta natural; a crescente conscientização ambiental do consumidor europeu e norte-americano, preocupado com a preservação da floresta tropical e o mercado brasileiro que, por sí, oferece um grande potencial de consumo futuro.
A floresta amazônica, última grande reserva madeireira do País, já sinaliza limitações, em especial no que diz respeito às madeiras de qualidade e valor, utilizadas para serraria e laminação. Estima-se que as reservas economicamente exploráveis de mogno, cerejeira e freijó, bem como as espécies de valor secundário serão escassas nos próximos anos.
No Sudeste Asiático e outras regiões, onde a Teca é tradicionalmente plantada, não existe mais disponibilidade de terras para a ampliação dos reflorestamentos. Por serem regiões com grande densidade populacional, as terras destinadas ao reflorestamento são de qualidade inferior e sujeitas à freqüentes incêndios, condições que reduzem a produtividade e obrigam ‘a extensão do ciclo de corte para até 100 anos. Assim, torna-se inviável a competição entre estas plantações e os reflorestamentos de ciclo curto, viáveis no Brasil.
Regiões predominantes
O florestamento da Teca tem longa tradição no Sudeste Asiático, mas inicialmente foi desenvolvido como um sistema agro-silvicultural, para recompor áreas abandonadas pela agricultura itinerante.Na Segunda metade do século XIX, os colonizadores europeus deram início ao reflorestamento sistemático e em larga escala, com o propósito de assegurar a disponibilidade sustentada da madeira, então de estratégica importância na construção de navios mercantes e de guerra.
A área atualmente reflorestada é superior a 2,5 milhões de hectares, concentrando-se na Indonésia, Índia, Mianmar e Tailândia. Existem também extensas plantações da espécie na Oceania, na África e no Caribe. Estes reflorestamentos foram estabelecidos em formações homogêneas, cobrindo áreas extensas e contínuas, e a espécie mostrou ser pouco sujeita à pragas e doenças. A dispersão geográfica destas plantações demonstra tratar-se de espécie de boa adaptabilidade.
No Brasil, os reflorestamentos mais antigos e de maior expressão encontram-se estabelecidos em Cárceres, no estado de Mato Grosso. Na época (1968), a Cárcere Florestal desenvolvia um amplo programa de pesquisa, com o objetivo de identificar as essências madeireiras mais promissoras para o reflorestamento na região. Ao lado do mogno e de outras espécies nativas de valor, foram testadas algumas exóticas. A Teca sobressaiu pela rusticidade e rápido crescimento em altura. Contribuíram também para sua escolha o excelente histórico constante da literatura e o elevado preço de sua madeira no mercado internacional. O reflorestamento em escala comercial teve início em 1971.
Uma inovação marcante que caracteriza o reflorestamento da Cáceres Florestal é o curto prazo do ciclo de corte, de apenas 25 anos (nas demais plantações de Teca, mundo afora, o ciclo de corte varia entre 60 e 100 anos).
O IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas da Universidade de São Paulo, realizou ensaios com madeira e concluiu serem suas propriedades físicas e mecânicas semelhantes àquelas da madeira do Sudeste Asiático.
Com foco nas exportações de toras e de madeira serrada, a Cáceres Florestal produziu, como experimento, artigos como lambris, assoalho, parquet, lâminas faquedas, algumas peças do mobiliário como cadeiras, mesas, cômodas e estantes. Portas e pequenos objetos de madeira como tábuas para frios, moedores de pimenta e outros.
Foi somente em 1989 que a empresa deu início à divulgação dos bons resultados no reflorestamento. Desde então, a cada ano, um número crescente de produtores rurais, madeireiros e investidores vem reflorestando com a espécie. Em 1996, a área plantada em território brasileiro já somava mais de dez mil hectares.
Estima-se que para atender a demanda do mercado interno da madeiras para serraria e laminação, seria necessário reflorestar mais de cem mil hectares a cada ano. No entanto, se também forem considerados o crescimento natural do mercado brasileiro e as excelentes perspectivas para a exportação, a área de plantio anual teria que ser bem maior.
Requisitos ambientais para plantios de Teca
Para reflorestar, visando madeira de qualidade, com dimensões para serraria e laminação, no prazo de 25 anos, é preciso controlar aspectos climáticos, edáficos (relativo ao solo) e topográficos.
O clima mais indicado é o tropical úmido, com verão chuvoso e inverno seco, observados os seguintes parâmetros:
precipitação anual entre 1.250 mm e 2.500 mm
período seco de três a cinco meses favorece a qualidade da madeira. O período seco deve coincidir com o período de temperaturas mais baixas
temperatura média anual acima de 22ºC, pois o calor favorece o crescimento. Pesquisadores da Tailândia verificaram que as mudas de Teca crescem melhor sob temperaturas diurnas de 27º a 36ºC e temperaturas noturnas de 22º a 31º
é sensível a geada, por isso deve ser cultivada em regiões de temperaturas amenas
O solo deve ser profundo, permeável, com razoável capacidade de retenção de água e de fertilidade mediana ou melhor. O solo não deve apresentar impedimentos ao livre desenvolvimento das raízes até a profundidade de um metro. Entre os impedimentos mais comuns estão o subsolo compactado por pisoteio de gado ou pela passagem repetida de trator ou outro maquinário, subsolo com piçarra ou cascalho, laje e lençol freático alto.
A capacidade de retenção de água está ligada à textura do solo, podendo ser mais arenoso, siltoso ou argiloso. Os solos de textura média, com predominância de areia sobre argila são os mais indicados. A Teca não se desenvolve bem em solos muito úmidos, nem naqueles muito secos.
Para ser fértil, o solo deve apresentar nutrientes como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio, de forma disponível às plantas. No resultado da análise de solo, um dos parâmetros indicativos da fertilidade é a “saturação de bases”, representada por “V%”, cujo valor deve ser maior que 50%. Recomenda-se, também, solos com pH igual ou maior que 5,5. A presença do alumínio, que é um elemento tóxico ‘a maioria das plantas, diminui o pH e causa a indisponibilidade de vários nutrientes.
As árvores exploram os recursos do solo de uma forma mais intensiva do que as culturas agrícolas, especialmente as plantas de ciclo anual. O prazo de ação mais longo, permite que ocorram simbiose e outras interações com os microorganismos do solo, o que facilita e amplia sobremaneira a capacidade de utilização dos nutrientes. De forma que, em termos de fertilidade, pode-se dizer que o reflorestamento é menos exigente do que a agricultura.
De um modo geral, as terras originalmente revestidas por florestas, contando com boa drenagem, oferecem condições físicas como permeabilidade e capacidade de retenção, adequadas ao se florestamento . Já os solos de campo natural e de cerrado, na maioria das vezes, apresentam fortes limitações físicas, como pouca profundidade e compactação ou químicas como baixa fertilidade, elevada acidez ou presença de alumínio. Para solos com condições menos propícia, indica-se produções menores.
Devem ser evitados os terrenos de maior declividade, por serem sujeitos à erosão. Se for o caso de utilizá-los, recomenda-se a construção de curvas de nível, terraços e outras obras de conservação do solo. Sugere-se também, o estabelecimento de plantas de cobertura, como leguminosas rasteiras, como o calopogônio, para conter o corrimento superficial das águas.
Semente
O material utilizado como semente é, na realidade, o fruto da teca. O fruto é constituído por um caroço duro (endocarpo), revestido por um material de textura semelhante ao feltro e envolvido por uma membrana fina, inflada, de fácil remoção (exocarpo). Dentro do caroço existem quatro cavidades, denominadas locos, onde podem estar alojadas até quatro sementes. As sementes são pequenas e delicadas, daí a dificuldade do seu emprego como material de propagação.
Um quilo contém de 900 a 1.500 frutos (média de 1.200 frutos). O tamanho dos frutos e seu percentual de germinação variam de acordo com a procedência ou origem geográfica das árvores matrizes, o tipo de solo, as condições climáticas que ocorreram durante a frutificação e a maturação dos frutos, a intensidade da frutificação, a idade da árvores, etc. Frutos menores não indicam, necessariamente, menor capacidade de germinação.
Para reflorestar um hectare de teca no espaçamento de 3,00 X 2,00 metros são necessários cerca de 4 quilos de frutos. Essa quantidade inclui a provisão das mudas para o repalntio.
O fruto normalmente é colhido entre os meses de julho e outubro. Ele pode ser armazenado por vários meses, sem prejuízo do índice de germinação, desde que o local seja seco, fresco e ao abrigo do sol e da luz. A armazenagem por períodos mais logos requer o controle de umidade e temperatura.
Qualidade da semente
A qualidade da semente é fundamental para o resultado do reflorestamento. Tão ou mais importante do que o percentual de germinação é o conjunto das características da árvore matriz, transmitida pela semente para seus descendentes. Estudos mostram que várias características de importância econômica são fortemente transmissíveis ou hereditárias, destacando-se:
O encurvamento do tronco é um aspecto importante para a indústria madeireira, pois afeta o rendimento na conversão industrial, bem como a qualidade e dimensões das tábuas, pranchas ou lâminas produzidas.
O comprimento do tronco é determinado pela altura de ocorrência da primeira bifurcação (divisão dos ramos). A floração precoce, uma característica hereditária, induz a bifurcação a baixa altura. O uso de sementes colhidas de árvores de floração precoce aumenta a probabilidade de seus descendentes terem troncos curtos. Para evitar essa condição do desbaste do reflorestamento.
A derrama natural também está associada à floração precoce. A floração precoce reduz a produção de auxina, um hormônio que inibe a brotação das gemas situadas ao longo do tronco, favorecendo a ramificação.
A indústria da madeira dá preferência aos troncos de seção circular, pois deformações tais como sapopemas e caneluras prejudicam a qualidade e o rendimento na industrialização. As alterações de crescimento e resistência frente a eventuais pragas e doenças são também características hereditárias.
O preço da tora no mercado não depende apenas da forma e das dimensões das toras, mas também da densidade, cor e outras propriedades da madeira. Os comerciantes valorizam a madeira de determinadas regiões por oferecer um melhor conjunto de propriedades desejáveis. Assim, é importante conhecer a procedência das árvores utilizadas na produção de sementes, bem como as propriedades que caracterizam sua madeira.
Na seleção das árvores matrizes devem ser considerados apenas os exemplares de tronco retilíneo, comprido e de seção regular, que apresentem boa desrama natural, que demonstrem vigor e sanidade, e com procedência conhecida e reconhecida. As árvores exteriorizam estas características a partir dos 15 anos de idade.
Germinação
A germinação de sua semente a é demorada e irregular. Para acelerá-la e uniformizá-la, sugere-se mergulhar os frutos em água corrente por um período de 24 horas. Para tanto, coloca-los dentro de um saco de aniagem ou juta, juntamente com um peso, deforma que permaneçam submersos. Não dispondo de água corrente, é necessário trocá-la a cada 6 horas. Concluído o tratamento, os frutos estarão prontos para serem semeados.
No entanto, além da umidade, a semente necessita de muito calor para germinar. Caso o fruto seja umedecido e faltar calor, a semente apodrecerá. Quando a temperatura do solo (onde os frutos serão semeados) encontrar-se abaixo de 25ºC, será conveniente estimular a germinação, através de tratamento térmico complementar. Para tanto, deve-se embrulhar o saco com os frutos pré-umedecidos numa lona plástica preta e expô-lo ao sol forte, por um ou dois dias.
A muda mais utilizada é do tipo “toco”. No entanto, nada impede de produzí-la em recipiente individual (saco plástico ou jacá). A muda toco é recomendada por ser prática e econômica. Sua única desvantagem é o maior prazo de produção, que se estende por 4 a 11 meses, exigindo uma programação antecipada.
A muda toco nada mais é que uma parte da muda de raiz nua, devidamente podada, compreendendo cerca de 10 a 20 cm da raiz pivotante e 2 a 3 cm do caule, dispensando recipiente (saco plástico ou jacá), o que facilita a produção, o transporte e o plantio. Esta muda pega com facilidade e resiste a vermes.
A melhor época para iniciar a produção desta muda é em janeiro e fevereiro, quando as chuvas são freqüentes e a umidade e temperatura elevadas. Nas regiões não sujeitas ao frio do inverno, a produção das mudas poderá ser iniciada mais tarde.
A largura ideal para o canteiro de mudas é de 1,20m, pois facilita a semeadura, as capinas e o arrancamento. O solo deve estar bem preparado. O canteiro deve ser construído de maneira que tenha uma boa drenagem e não fique sujeito à erosão. O canteiro de mudas deve receber sol pleno e direto, sem qualquer sombreamento.
Os frutos, devidamente tratados, devem ser semeados no compasso de 10x15 cm ou 15x15 cm, de forma bastante superficial, para que fiquem aflorando. É conveniente que o fruto fique com o “umbigo” para baixo, condição que facilita o desenvolvimento da radícula. Após a semeadura, deve-se cobrir o canteiro com uma fina camada de terra peneirada ou de casca de arroz.
Se a semeadura ocorrer na estação das águas, não haverá necessidade de irrigação, mas é preciso semear os frutos em etapas e, no caso de um veranico forte, os canteiros possam ser molhando por alguns dias, até que as mudas encontrem-se bem estabelecidas.
Não faltando água ou calor, a maioria das sementes devem germinar em trinta dias. Algumas sementes podem germinar mais tarde, até mesmo no ano seguinte. Os frutos irão dar origem a mais de uma muda. É preciso escolher a melhor delas e remover as excedentes, que poderão ser replantadas naqueles locais onde houver falha de germinação. Com o fim das chuvas, o crescimento das mudas reduz-se podendo apresentar queda das folhas, no auge da seca. Entre setembro e outubro o retorno das chuvas, as mudas voltam a enfolhar-se e crescer. De novembro em diante as mudas estarão prontas para serem arrancadas e podadas.
Recipiente individual
A muda pode ser produzida em recipiente individual (jacá ou saco plástico), tem como principal vantagem o menor prazo de produção, podendo ser levada a campo 30 a 45 dias após a germinação. Entre as desvantagens desse tipo de muda citam-se o maior custo de produção, as dificuldades inerentes ao seu transporte e a necessidade da remoção da embalagem previamente ao plantio.
Deve-se semear os frutos nos recipientes, observando os mesmos cuidados referidos para a muda toco. Uma vez que o desenvolvimento do sistema radicular é rápido, recomenda-se utilizar recipiente com 20 cm ou mais de profundidade. Se o tempo for insuficiente à preparação das mudas, pode-se praticar a semeadura direta no campo. Neste caso, a necessidade de sementes será bem maior, cerca de 10 quilos/ha.
Na técnica de repicagem o processo de muda pode ser retardado, até que as mudas apresentem duas ou mesmo quatro folhas verdadeiras, não considerando os chamados cotilédones, ou seja, o primeiro par de folhas do embrião da semente.
O espaçamento das mudas repicadas para o canteiro de mudas pode variar entre 15x15cm e 20x20 cm. Recomenda-se abrir uma pequena cova de formato crônico, com 8 a 10 cm de profundidade e acomodar a plântula de forma que sua raiz fique estendida e na vertical, e seu colo ao nível do solo. Em seguida, cobrir de terra e compactá-la suavemente, eliminando possíveis bolsões de ar junto à raiz.
É necessário sombrear as plântulas após sua repicagem , com Sombrite 50% e irrigá-las por uma ou duas semanas. Recomenda-se aplicar um fungicida como preventivo contra o tombamento. Passada essa fase de aclimatação, o canteiro das mudas deve ficar exposto a pleno sol. Caso não chova é preciso irrigar as mudas até que apresentem quatro pares de folhas ou mais.
Preparo do terreno
O levantamento de solos é necessário para verificar sua capacidade de uso e conferir se os requisitos da Teca estão sendo atendidos.
O levantamento de solos compreende a tomada de amostras da terra, coletadas com ajuda de um trado ou cavadeira, em pelo menos quatro profundidades do seu perfil (0-20 cm, 21-40cm, 41-60 cm e 61-80 cm). As análises físicas e químicas dessas amostras permitirão, juntamente com as informações obtidas durante sua coleta no campo, uma adequada avaliação do potencial do solo. Cada trecho do terreno que apresentar solo de aspecto diferenciado deverá ser objeto de amostragem.
Outro ponto é a correção e adubação dos solos originalmente férteis e que se encontrem parcialmente exauridos. No caso de solos muito ácidos, pobres em nutrientes e com elevados teores de alumínio, como acontece com freqüência nas terras de campo natural e de cerrado, a correção e adubação poderão requer investimentos pesados.
Tratos culturais
Durante o primeiro ano é necessário manter o terreno bem carpido. No segundo ano, o sombreamento evitará o forte desenvolvimento do mato, reduzindo a necessidade de capinas e roçadas, procedimentos dispensáveis a partir do terceiro ano.
No controle químico poderão ser utilizados herbicidas não seletivos que agem via folha, sejam sistêmicos ou de contato, recomendando-se o uso de coifa, para evitar que o defensivo prejudique as folhas. Não devem ser utilizados herbicidas não seletivos que penetram via solo e raízes.
Algumas mudas poderão emitir mais de um broto, que tomará a direção vertical e competirá com o caule principal. É preciso podá-lo antes que engrosse muito e comprometa o alinhamento e a resistência da planta. Eventualmente será necessário um repassa, decorridos 90 dias.
A pode de ramos convencional não deve exceder um terço da altura da planta. A primeira poda deve ser efetuada um ano após o plantio, recomenda-se o uso de serrote. O ramo deve ser cortado rente a sua inserção no tronco, procurando não danificar a casca. Recomenda-se de quatro a seis podas, espaçadas de dois a três anos, para o ciclo de corte de 25 anos.
Desbaste
O desbaste visa reduzir o número das árvores do reflorestamento, de forma que as remanescentes disponham de mais espaço para continuarem crescendo. No caso do reflorestamento de madeiras para serraria e laminação, o ganho das árvores em diâmetro deve ter prioridade sobre o incremento em altura. Neste caso o desbaste promove o maior incremento em volume, distribuído pelo menor número de árvores, no menor tempo possível.
O primeiro desbaste deve ocorrer quando a altura média das 100 árvores mais altas de um hectare alcançar oito metros. Essa altura é atingida em três ou quatro anos, em média, podendo chegar até a seis anos, dependendo da qualidade das terras. Caso a maioria das árvores não alcance oito metros até o período mencionado, indica-se direcionar o manejo florestal para a produção de postes.
O primeiro desbaste deve ser sistemático, com intensidade de 50%, cortando-se cada segunda árvore.
Para saber com a floresta está se desenvolvendo e quando praticar o próximo desbaste, é preciso medir periodicamente o diâmetro e a altura das árvores. Através dessa medição é possível apurar os ganhos em altura e em diâmetro e calcular o incremento em volume das árvores e da floresta. O levantamento e o processamento dessas informações é denominado inventário florestal. Para evitar a medição de todas as árvores do reflorestamento, são escolhidas parcelas de amostragem. Os inventários são feitos a cada dois anos.
Produtividade
A produtividade no reflorestamento da teca, considerando condições adequadas da semente, sítio, implantação, manutenção e manejo, deve situar-se entre 10 a 15 m³/ha/ano. O menor ciclo de corte adequadas recomendado na produção de madeira de valor comercial ficaria entre 250 e 375 m³/ha.
No corte final, mais de 60% da produção total do reflorestamento é colhida. Este percentual corresponde a um volume situado entre 150 e 225 m³/ha.
O preço da tora varia de acordo com sua qualidade e dimensões, especialmente o diâmetro. Toras de maior diâmetro, retilíneas, sadias, isentas de galhos ou nós permitem a produção de madeira serrada ou faqueada de boa qualidade e rendem mais na conversão industrial.
A madeira do primeiro desbaste é considerada não comercial. Ainda assim, ela tem boa aplicação no meio rural e até pode gerar uma receita significativa.
A receita do segundo e terceiro desbastes deve ser suficiente para amortizar o custo direto havido com a implantação e manutenção do reflorestamento. A madeira do quarto desbaste e do corte final representam o resultado do reflorestamento. A receita total de um reflorestamento bem instalado e manejado poderá alcançar US$ 160 mil, por hectare. |