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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°115 - JULHO DE 2008

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Mourões para cercas: a renovação necessária

Construções rurais com madeira antecedem a colonização. No campo, madeiras nativas eram e são até hoje utilizadas de maneira intensiva.
Mas os tempos mudaram. Custos de transporte, baixa disponibilidade e, principalmente, questões ambientais, tornaram-se fatores restritivos à utilização de madeiras nativas para diversas finalidades.

Não existem estatísticas que apontem o número de mourões de cerca utilizados no Brasil; contudo, se considerarmos que 65% do volume total de madeira tratada no País destinam-se à fabricação de mourões de eucalipto tratados, é possível estimar sua produção média anual na ordem de 40 milhões de unidades.

A evolução desse mercado foi muito saudável, pois promoveu uma substituição gradativa das madeiras tropicais nativas pelo eucalipto roliço tratado, um recurso natural cultivado de ciclo curto, com ampla disponibilidade e características tecnológicas à altura das melhores madeiras nativas.

Com um volume considerável de produção, o primeiro texto normativo sobre mourões de madeira preservada foi editado em 1973 e reeditado em 1986. Mereceu profunda revisão objetivando, essencialmente, a atualização no que diz respeito, em particular, aos tipos de eucalipto e ao dimensionamento. Esse trabalho, realizado por uma comissão interna da ABPM, manteve a essência dos rigores técnicos anteriores. Mas teve o mérito de estender o escopo de utilização de mourões de madeira preservada para cercas às peças preservadas de eucalipto roliço para construções rurais, independentemente da espécie arbórea.

Além de referenciar outros tipos de utilização que não sejam as do mourão para cercas, o que possibilita significativa ampliação de mercado para o setor rural, referenciou-se também no novo texto a medida de diâmetro de topo como padrão de mercado.

Outro requisito importante detalhado no novo texto é o fator densidade, que deverá obter comprovação independentemente do tipo de eucalipto utilizado.

O texto base, submetido à Consulta Pública pela ABNT, deverá ser publicado e colocado em prática em futuro próximo. A expectativa é das melhores, a partir do momento em que a ABPM acredita que Normas Técnicas como disciplinadoras de mercado são fundamentais para ampliá-lo e, ao mesmo tempo, consolidá-lo.

Flávio Carlos Geraldo
Diretor da ABPM – Associação Brasileira de Preservadores de Madeira
Gerente de Mercado da Arch Química Brasil Ltda.